sexta-feira, 15 de abril de 2016

Dan Galeria

Dan Galeria realiza primeira individual de François Morellet no Brasil
 
A Regra do Jogo reúne 16 obras do artista criadas nas décadas de 1960 e 1970
 
Um artista de vários caminhos que se encontram, por deslocamentos e sobreposições, cores e luzes no abstracionismo geométrico, o francês François Morellet (1926), um dos maiores nomes da arte mundial do século 20, recebe, em São Paulo, sua primeira individual no Brasil, na Dan Galeria. François Morellet - A Regra do Jogo reúne, a partir de 30 de abril, quando se completam 90 anos de seu nascimento, 16 obras do artista, realizadas entre o final dos anos 1960 e o começo da década de 1970.
 

A mostra faz parte de um coletivo de três exposições a serem realizadas em São Paulo, na Dan Galeria, e em Londres, nas galerias Mayor - onde serão exibidas 30 obras do artista da mesma série apresentada no Brasil - e na galeria David Juda.
 
As obras expostas na Dan Galeria e na Galeria Mayor compõem o livro A Regra do Jogo, a ser lançado em edição bilíngue (inglês e português). No Brasil, o lançamento ocorrerá em 30 de abril, celebrando a abertura da exposição e os 90 anos do artista.
 
Obra
Autor de uma obra que busca vários caminhos – a pintura, a escultura, a sobreposição –, a obra de Morellet é, contudo, baseada em princípios constantes: o sistema, a legibilidade, a neutralidade da execução, que leva ao ponto da perfeição recorrendo a processos mecânicos tal como o tira-linhas da indústria ou de ecrãs em tela de seda utilizadas em serigrafia para as impressões sobrepostas.
 
Em 1952, o artista define sua obra a partir de cinco categorias: justaposição, superposição, fragmentação, interferências e acaso, que constituem tanto o seu repertório de formas e de sistemas como o seus modos de utilização. Morellet deixa de utilizar essa classificação a partir de 1985, perante a nova orientação tomada no seu trabalho: quadros de formas interferindo e jogando com o espaço, utilização cada vez maior de luz artificial, instalações de todos os gêneros com várias matérias, integrações arquitetônicas no exterior como no interior, tanto em prédios antigos come em edifícios recém-construídos.
 
Seu trabalho, independentemente da definição, distingue-se pela coerência e rigor, o domínio de meios e situações, a capacidade de renovação, a audácia de propostas, assim como pela grande variedade de formas de intervenção.
 
O artista
François Morellet nasceu em Cholet, a 350 km de Paris, em 30 de abril de 1926. Seu interesse pela arte nasceu por influência de seu pai. Aos 15 anos, frequentou cursos de pintura no ateliê de Jean-Denis Maillart (pintor da moda na Paris de 1941) e na oficina de gravura Stanley William Hayter. No entanto, por nunca ter realmente tido uma educação formal nas artes, considera-se um autoditada.
 
Começa a pintar de maneira abstrata em 1948, quando realiza seus primeiros trabalhos após obter influências da arte primitiva.
 
Em 1950, suas pinturas se tornam abstrações geométricas. Nesse período, através de Dany Lartigue (artista e filho de Jacques Henri Lartigue) conhece Pierre Dmitrienko (pintor russo-germânico, expoente da pintura abstrata do pós-Segunda Guerra) e François Arnal (pintor e escultor francês, também influente no pós-Segunda Guerra), com quem manteve relações amigáveis, e participa de diversos encontros que o ajudaram em seu processo criativo.
 
Também em 1950, expõe seu trabalho na galeria Raymond Creuze, onde conhece Serge Charchoune, um dos artistas que mais o influenciarão, ensinando-o a explorar um lado mais claro da abstração.
 
A partir de 1952, o artista dedica-se a uma tendência particular da abstração geométrica feita de formas simples, sem composição, usando a repetição, preferindo a linha à cor e privilegiando uma fatura neutra, rompendo com a corrente marcada por Herbin, Domela e Magnelli dominante na época através do “Salon des Réalités nouvelles” e nas galerias parisienses.
 
De 1953 a 1958, François Morellet cria sua linguagem estilística feita de linhas paralelas ou concêntricas, de quadrados ou de triângulos, de faixas ou de traços, a preto e branco ou a cores. O artista define o seu método de sistematização, no qual ele incluiu o recurso ao acaso, para contestar ainda mais o arbitrário de qualquer decisão de natureza artística e ao qual ele envolve a participação do espectador. Desenvolve seus temas principais incluindo o da grelha, a qual ele dá em 1958 uma versão intitulada 4 doubles trames traits minces 0° - 22,5°- 45° - 67,5° (Obra localizada em Paris, Centre Georges Pompidou, Musée National d’Art Moderne), que é uma de suas obras-primas e se tornou uma de suas criações mais famosas. No mesmo ano, o artista vê a sua primeira grande exposição organizada em Paris pela prestigiosa galeria Colette Allendy
 
No final dos anos 1950, em viagem ao Brasil, Morellet é apresentado a Almir Mavignier, que o coloca em contato com a obra do designer gráfico suíço Max Bill, um dos pioneiros da “Arte Concreta”, que passa a influenciar o artista francês.
 
Em 1961, o artista participa da exposição Novas Tendências, na Iugoslavia, a primeira mostra coletiva dedicada à arte concreta que ascendia em todo o mundo e serve de embrião para a histórica Responsive Eye, no MoMA, em 1965.
 
A partir de 1960, François Morellet participa do grande movimento da arte lumino-cinética que surgiu na França e no mundo. Com o grupo de arte nomeado Groupe de Research d’Art Visuel (G.R.A.V.), que co-fundou em 1961 junto com Horacio Garcia-Rossi, Julio Le Parc, Francisco Sobrino, Joel Stein e Yvaral, o artista multiplica suas experiências: recorre, por exemplo, ao uso de luz artificial, defende a criação coletiva, exige o abandono total da pintura e do quadro de cavalete, cria ambientes, organiza eventos efêmeros e busca a participação do espectador.
 
Essas práticas, contudo, são abandonadas antes do final da década. Com a dissolução do G.R.A.V., Morellet encontra sua liberdade como artista, e a vontade de agir e pensar por si mesmo. Ele considera as realizações do período apenas passado e retoma os principais temas que tinha desenvolvido antes de 1960. É o que demonstram os trabalhos que foram comentados anteriormente: um retorno à pintura de forma geométrica, aprofundando suas ideias iniciais para um novo começo.
 
Essa retomada, repleta de renovações, irá manifestar-se na exposição retrospectiva que John Leering organiza em 1971 no Stedelijk Van Abbemuseum em Eindhoven, na época um dos museus mais importantes da Europa, e que irá à Alemanha, à Bélgica e à França.
 
François Morellet – A Regra do Jogo
Vernissage: 30 de abril (sábado), das 10h às 14h
Período de exposição: de 2 de maio a 31 de maio de 2016
De segunda a sexta das 10h às 18h, sábado das 10h às 13h
Dan Galeria
Rua Estados Unidos, 1638
Jardim Paulista
Telefone: (11) 3083- 4600

Informações para a imprensa:
A4 e Holofote –

+55 (11) 3897-4122
Danilo Thomaz – danilothomaz@a4eholofote.com.br
Neila Carvalhoneilacarvalho@a4eholofote.com.br





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