terça-feira, 28 de junho de 2011

Folhas, Flores, Raízes...


                

Águas e Cascas

Que

Ela quer visitar

nos palácios no meio da selva

E, ver estremecer a infância

que dorme no seu meio de mulher...

Ela quer um pedaço dela

Com cheiro de pimenta.

Tão só dela!

Ela quer provar de si o mel

E, ver-se sem asas no espelho d'agua.

Ela e bela do sonho quer misturar

seus perfumes com a baunilha

dos desejos mais nativos:  Ativos!

Depois?  Voar para descansar dos sonhos sobre as árvores

mais altas da Amazônia...

domingo, 26 de junho de 2011

No Varal das Cores

Voa a roupa do espantalho

Que vai longe

Festejando o atalho

Prá chegar poesia

Vestindo de cor o quaradouro

Tinha até rabicó de touro

Dormido de amor

Vestindo alegria

Cortado de talho

No bolso

Carta de baralho

Tinha até

Lenço de muié

com cheiro de alho 

de amor de amar

Voa pelo varal do tempo

Até o sol subiá


sábado, 25 de junho de 2011

Estudo para poses de mulher nº 8

                                         Olhar escasso de cor
                                         Nú quase confinado
                                         de amor...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Reflexão




Sempre vemos as coisas que nos cercam. Sempre percebemos um caótico conjunto de estímulos sensoriais... vemos coisas abstratas, entes espaciotemporais definidas pela física. Ocupamo-nos com signos e com a linguagem que Platão e Aristóteles ocuparam-se. Raizes muito antigas da modernidade, semiótica de sentidos  gerativos e idioletos... Se vejo um guardachuvas e se alguém o tem nas mãos quer dizer que está chovendo... Chove?! Nos acostumamos com instruções de uso. Com as riquezas de sentido! Com códigos de barras, com sortimentos de remédios e bulas, com caixas de apetrechos, com novos parágrafos que poderiam ser, apenas, novas vírgulas... Isto é: nos  acostumamos a reduzir nossa natureza episódica!Estamos perdendo a ambição de sermos humanos. E logo alí, estaremos brigando por cotas aos humanos semiprotagonistas que sobraram!  - E você, é sobra de que?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Arte Pura


                          No dia 20 de junho
                          A Orquestra de Câmara Theatro São Pedro
                          Sob a regência de seu maestro
                          Antonio Carlos Borges Cunha
                          Realizou excepcional concerto com
                          o programa "Uma noite na Ópera":
                          Mozart e Rossini
                          As interpretações dos solistas Rosimari Oliveira
                          (soprano), Angela Diel(mezzo-soprano), Flávio Leite(tenor),
                          Carlos Rodrigues(barítono) e Ricardo Barpp(barítono) deram
                          o tom máximo de simbiose artística e semiótica
                          musical em "Uma noite na Ópera" de incontáveis Bravos!
                          Bravos! Bravos...
                         
                

terça-feira, 21 de junho de 2011

Ianelli

Um recusa, outros reverenciam
BRAVO!!! Pinacoteca de São Paulo
 
Um curador de um museu de São Paulo recusou para o seu acervo, juntamente com o seu conselho consultivo, 16 obras do notável artista pintor e escultor Arcangelo Ianelli. Ao mesmo tempo a Pinacoteca de São Paulo reverencia e homenageia o grande artista pelo idêntico gesto generoso de doação de obras ao seu acervo. Bravo, Pinacoteca de São Paulo. Parabéns, Arcangelo Ianelli.
 

domingo, 19 de junho de 2011

Recomendo

Exiba CAPA LIVR...jpg na apresentação de slides
Grande lançamento 
 dia 4 dejulho 19h
 no Bourbon Country
Livro "Camisa Brasileira" de Gilberto Perin

sábado, 18 de junho de 2011

Mulher no Shopp Suey

                       

                1º estudo para cores intermediárias e complementares
                de Edward Hopper (por Zé Augustho Marques)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Andréa Del Puerto

                               (arte Zé Augustho Marques)
                              Entre o tablado e a madeira

                              Desse teu sapatear

                              Entre o cante a voz

                              Flor tão linda de vermelha

                              Luzes nuas de carmin

                             Pode ser que o amor lembranceiro

                             Entre o charco de lágrimas

                             traga a saudade invertida

                            dos ventos e voltas do teu corpo

                            um gesto a mais gira retorcida

                           Como só tu fostes! Girando, girando

                           como um tornado fascinante

                           invadindo outros olhares

                           outonais de saudades e olés!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Camisa Brasileira

Lançamento do livro Camisa Brasileira de Gilberto Perin dia 4 de julho - 19h no Bourbon Country 
algumas informações rápidas:
-tem texto de Aldyr Garcia Schlee (tem muitos livros e prêmios literários e foi o criador da camisa "canarinho" da seleção brasileira) e de João Gilberto Noll
-o livro tem 110 fotos (a partir de uma exposição que fiz com 50 fotos sobre o tema)
-acompanhei durante 4 meses os vestiários do Brasil (clube de Pelotas-RS) na disputa da 2ª divisão do campeonato gaúcho do ano passado.
mas não é um livro sobre o clube, mas um ensaio fotográfico sobre a vida nos bastidores dos jogadores que
não tem o glamour de quem não está diariamente na mídia. não tem fotos de jogo, é só bastidores.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O que é Modernidade? 1

                           (foto Zé Augustho Marques)
...A formação da palavra "modernus" que significara o "recente";  O "feito agora", ocorrera no latim do século V da era cristã. Embora nos seja difícil imaginar o latim de um Cícero, ou o grego de um Sófocles sem a menção instrumental e léxica do sentimento dessa palavra. Fato é que os gregos altamente intelectualizados desconheciam a palavra que derivara-se do envolto em grego "neos" (novo) para neotericus que cairia em desuso. O contraste entre o velho e o novo, o passado e o presente, sempre se estabeleceu. Mas sempre com a famijerada e aquilatadora percepção cristã e sua mídias cumulativas de segundas intenções. A medida que esse arremedo quase nihilista da palava neotericus cai em desuso, surge o "modernus" que edififica ao homem cristão um patamar de sol e luz a frente do homem pagão! Do contrário, pode-se dizer de "grandis modernus" pagãos à frente dos cristãos: Caravaggio, Zurbaran, Goya, Tiepolo, F. Bacon, F.Kahlo. De la Planche, Rodin, Millet, Basquiat, Scliar, Arcimboldo, Fragonnard, Otto Dix, Kate Kolwittz, Brueghel, etc. Pois estes que citei, alguns fora do tempo dessa marcha linear e históricamente irreversível estiveram muitas vezes, renegados seus valores de "modernus". Só um exemplo : Michelangelo de Caravaggio, o espetacular artista flamengo (1571-1610), assassinado aos 39 anos brutalmente, por ser pagão e genialmente moderno. Único artista em sua época que pintava à noite, mesmo a mais escura,recrutando modelos na rua, mesmo quando pintou A Morte da Virgem onde proclamou a exuberância das trevas com poesia envolvente que constará sempre em sacrilégios viciosos  a todos os olhares em suas obras. Esta sua modernidade foi estimada e estudada apenas em 1920, quase 3 séculos depois de sua morte. Incrível! Fecho então colchetes para referendar que esta eterna discussão entre modernidade e contemporaneidade que encontra-se tanto no Google ou na Biblioteca de Alexandria, cresce portadora, sempre de juízos de valor. Mais ou menos como a famosa Querela dos Antigos e Modernos que os poetas medievais escreviam em latim como língua comum e polemizaram séculos com sua "estética do momento presente". Pois lá vai: nem tudo que é moderno é contemporâneo e nem tudo que é contemporâneo é moderno. Dá para entender?  Pense, escute, fale e leia.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Duas naturezas mortas

                          (foto Zé Augustho Marques)
                                     A poesia do olhar representa coisas
                                     ou seres inanimados, sem cheiro
                                     sem bouquet, nem odor.
                                     Mas o paladar das cores se apresenta
                                     Como arte...

domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos Namorados

                          O namoro das borboletas
                         O 1º beijo no cinema
                         " O Beijo" de Rubens Gerschmann
                         Iedinha minha eterna poesia.
                         Pintada em  corações de mosaicos por Danúbio Gonçalves.
                                                                              (fotos Ieda Cabrera)

sábado, 11 de junho de 2011

Flor de Cera

                          Antes da beleza, descompleta-se dos vermelhos
                         Depois de completa ela é de cera,
                         e de flor verdadeira
                         ela é pré dileta.
                         (fotos Ieda Cabrera)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Estrela - Estrela

A morte se ia com ele

E ele, se ia sem ela

Com seu dandar

desarrumado de menino

esquinado pelo sono do destino

da vida louca desse caminhar

com cada sapato arruinado

a bico de salto vespertino

Ele se ia sem ela

Pela vida rasgada que o pariu

vívido e válido

como cão gentil

a espera de um gemido

quase cínico grunido

Num olhar de pouso

dessa velha com fuzil

apontando-lhe o gatilho

bem no meio da chama

com seu apagado riso

na fila do medo

chamada de morte

ou de arremedo

Porém ele com sua estrela

ia desdenhando

desta velha moça

estrada de sul a norte

E ela na sombra da estrela

Se ia com ele

E ele, Estrela Estrela

Se ia sem ela...

Poesia de seu andar

Até a noite se acabar...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ainda é Tempo

 
 (sobre poema de Tiago de Mello)



Vem comigo,

que o vento sopra geral

na água branca da noite

Vem comigo descobrir o mal

e que o mundo dos homens

está mudado

ameaçando o gelo com calor

E o calor com gelo no coração

Vem ver, que a esperança desbotou

com esse furor de desamor

pela terra e pelo céu

Mas ainda, ainda não se apagou

Vem comigo cantar

com toda ferocidade

um último poema de liberdade!

Para garantir a vida

Com toda resta de humildade...

Vem comigo.


                          

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Sul em cima


Olá Zé Augustho,

Abri meu programa que vai ao ar daqui a duas semanas, O SUL EM CIMA 17 - 2011, lendo trecho de seu livro "A praia do elefante condoreiro". Espero que você goste.
No site da rádio Roquete Pinto fica disponível o programa da semana.
Em meu blog, estão quase todos os programas... (blog do Kleiton - www.kleitonekledir.com.br).

Lição das Águas

Meu tempo é de crescer

E no dom da força seguir

E até mesmo sumir

para o inferno verde

eu poder morar

nesse lindo ofício de amar

Quero ser

Como um rio que lava

o segredo do barro

no mistério da fundura

a reconstruir meu encontro

com tua linda flor

que decifra toda candura

desse oceano de vida

endereço certo

da canoa que me leva

prá onde voce for

Como um rio que lava

teu segredo de barro

com o gosto da terra nessa oração
Mais que  linda canção!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pantera

                                           ...meu olhar respira e percebe
                                           minha boca pensa na voz
                                           meu gesto é resto
                                           E, minha honestidade existe...
                                           No meu olhar que vê! Decifra



(releitura de Ivory Bob Nelson)

domingo, 5 de junho de 2011

Mais uma piada do MEC

Agora não sabem
o que é tabuada e taboada...
Só dando com uma "táuba"
na cabeça deles.
Que horror!!!
Brazil esta é a tua cara?

Família Musical

Em 1º de junho no Theatro São pedro

com 153 anos de Arte, aconteceu no

Foyer Nobre o grande encontro do

pianista consagrado Ney Fialkow com

o violino prodigioso de Moisés B.Cunha.

Música Erudita que poetiza encontros

inesquecíveis... Quem viu e ouviu, aplaudiu

de pé!   Bravos!

                                    Moisés B cunha e Ney Fialkow
                           Maestro Cunha, Moisés B. Cunha e Ney Fialkow
      Vagner Cunha, Zé Augustho Marques, Moísés B.Cunha e Ney Fialkow
                                   Família Cunha

sábado, 4 de junho de 2011

Para Florbela

Se puderes ou se quiseres

Rasga estes versos que te fiz

E deixa-os queimar sobre o fogo

ao arrasto de um vento de giz

Porque toda poesia é tempestade

Que volta ao nada

 E do nada dá-nos  unguentos

Do teu partir

quase aos pés do esquecimento

Pois julguei-te grande demais

agora ainda maior pequena Espanca

Só, não só por teu envenenamento

 te perdo-o por ti morreres

não por teu endoidecido sentimento!

Mas se decorares meus versos

bem antes de os jogares à sarjeta

envia-me tuas violetas

todas lindas mensageiras

de poesia ardente

a clamar comigo, por ti novas carícias

dos Deuses da vida

A Flor bela e latente

que a saudade Espanca!