sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Affonso Romano de Sant’Anna
Eu ja estava grilado com essas “agências de risco” das quais jornais passaram a falar constantemente, essas entidades misteriosas que dão notas às economias dos países, como se fossem juizes do mundo. Mas acabo de ler uma entrevista longa de Mario Soares (ele velho socialista, que já foi primeiro ministro e presidente de Portugal) na qual faz uma advertência: os presidentes não mandam mais em seus países, quem manda é o Mercado e, sobretudo, as agências de riscos.
Daí me permito um trocadilho:: agência de ricos ou de riscos? Essas agências estão interessadas no sistema ou nas pessoas?
Há algo intrigante nisso. Algo que me lembra a noção que na minha infância, eu tinha diante de meu pai maçon: de que na Maçonaria havia uma série de segredos e rituais que só os iniciados conheciam. Algo que lembra paradoxalmente o Partido Comunista, onde as coisas eram resolvidas em segredo por uma cúpula e as bases tinham que seguir como caneirinhos.

Lembro-me alias, de uma experiencia decisiva que explica porque não entrei para o PC. Chamaram-me para uma reunião. Curioso, fui . Quando perguntei sobre quem tinha feito a pauta, disseram que era uma instância superior. E me informaram que eu não podia ter acesso a essa instância, por questão de segurança. Desisti. Se tendo acesso direto às iinformações já não percebo bem as coisas, imagine delegando para outros minha opinão e minha vida…
Quem são essas agências, esses deuses “ ex machina”? Essas Moody´s, Standard &Poor´s e Fitch? Que pessoas trabalham ai? Gostaria de ver reportagens desvendando esse mistério.
Imagino que esses senhores sejam otimos contadores, que saibam (soberamente) avaliar os riscos dos titulos da dívida soberana dos países. Cada agência tem modelso proprios para analisar as economias. Mas sera que a economia é mesmo científica? Ja outros mais sábios que eu demonstraram que a ciência tem por fundamento algo que não é cientifico. Como se sabse, o que é cientifico hoje pode não o ser amanhã.

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