sexta-feira, 10 de junho de 2011

Estrela - Estrela

A morte se ia com ele

E ele, se ia sem ela

Com seu dandar

desarrumado de menino

esquinado pelo sono do destino

da vida louca desse caminhar

com cada sapato arruinado

a bico de salto vespertino

Ele se ia sem ela

Pela vida rasgada que o pariu

vívido e válido

como cão gentil

a espera de um gemido

quase cínico grunido

Num olhar de pouso

dessa velha com fuzil

apontando-lhe o gatilho

bem no meio da chama

com seu apagado riso

na fila do medo

chamada de morte

ou de arremedo

Porém ele com sua estrela

ia desdenhando

desta velha moça

estrada de sul a norte

E ela na sombra da estrela

Se ia com ele

E ele, Estrela Estrela

Se ia sem ela...

Poesia de seu andar

Até a noite se acabar...

Nenhum comentário: