domingo, 17 de abril de 2011

O que é arte mesmo?


Quando se pensa um pouco nos valores éticos e estéticos do que é arte hoje em dia, esse valores se transformam não tão audoevidentes. Principalmente de uma coisa chamada arte contemporânea. Como, quando e porque devemos incluir ou excluir dela a combinação de substantivos adjetivados que são os museus, marchands, críticos, imprensa desinformada, glamour do novo rico com a senha de "UTI" que é "democracia e liberdade". Todo esse preâmbulo já banalizado, parece estranhamente nos representar como um símbolo da idiotice bizarra que caminha para a nova descoberta do Santo Graal com pichações luminosamente audaciosas em alguma Bienal Internacional ou, na capa da Vogue ou "Le monde"...Apesar disso, essa arte vem impregnada de glamour e elevados propósitos de camelódromos que ostentam coquetéis de corporativismos público e privado. Todos em esplêndia penúria fazendo performances de si próprios, confundindo abstrações com abstracionismos e fugurações com figurativismos. E assim por diante em todas as escolas no plano do ato artístico. Todos querem engendrar um valor para seus atos, apenas por lhe dar um nome ou um novo status de arte. Elitista sempre, presuponho... Digo-lhes boquiaberto, que na arte contemporânea de nosso dias, não há mais espaço para singulares comentários como o de Wassily Kandinsky: "O artista precisa treinar não só os seus olhos mas também sua alma"! Ora os grandes artistas da mídia são os maiores condutores dessa falta de treinamento! Trabalham apenas com o conceito e raramente alguns com o conceitual... O cinismo da satisfação instantânea nas artes plásticas nos dá também uma gratificação e uma bonificação para a facilidade visual e (...) nada mais. Mil objetos podem ser vistos numa tarde em alguma Bienal ou "camelódromo artístico" e, no outro dia voce já esqueceu...Ao passo que a verdadeira arte moderna e contemporânea está restrita aos grande museus e às coleções dos grandes burgueses do mundo, que não chegam aos olhos do povo por razões sempre promíscuas ligadas ao dinheiro e, ponto final. Esse universo de contemporaneidade artística que vivemos é controvertidamente mercadológico e neuróticamente ganancioso por migalhas que o futuro, logo alí chegando, vai denunciar e arrepender-se desse passado que martela o presente com "slogans" que nos saturam: "Faça o Novo" e seja um tiete ou snob de si mesmo.

3 comentários:

Paulo Jairo disse...

Olá Zé,
Finalmente um blog para os ativistas do movimento cultural de Porto Alegre curtir e opinar.
Belo texto!
Parabéns,
Paulo Jairo

Unknown disse...

ZéPoesia

Felicidades e longa, longuissima vida ao blog e às notáveis revoluções culturais protagonizadas pelo poeta..
Bem vindo e coragem para enfrentar as pedras e a barbárie.

Alfredo Aquino - ardotempo

Paulo Amaral disse...

Muito bom o blog, Zé, como tudo o que fazes. Gostei muito deste artigo. Abraço.

Paulo Amaral