terça-feira, 23 de setembro de 2014

40 anos sem Neruda

Poema 15

Gosto quando te calas porque estás como ausente
E me ouve de longe e minha voz não te toca
Parece que os olhos tinham voado
E parece que um beijo fechara sua boca

Gosto quando te calas e estás como distante
E estás como queixando-se mariposa em arrulho
E me ouve de longe e minha voz não te alcança
Deixa-me que me cale com o silêncio teu

Deixa-me que lhe fale também com teu silêncio
Claro como uma lâmpada, simples como um anel
Tu pareces a noite calada e estrelada
Teu silêncio é a estrela tão distante e singela

Gosto quando te calas porque estás como ausente
Distante e dolorosa como se tivesse morrido
Uma palavra então, um sorriso bastam
E estou alegre, alegre de que não seja certo
Uma palavra então, um sorriso bastam
E estou alegre, alegre de que não seja certo

Nenhum comentário: