domingo, 9 de dezembro de 2012

ESTIAGEM



João Gomes da Silveira

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ESTIAGEM [CCCLXXIV]

Faz estio nas várzeas, nas campinas,

dos sertões lá num ermo tão agreste;

outra vez, grande seca, no Nordeste,

um tormento que marca tantas sinas.

Estiagem, sequer sem mais neblinas,

sul a norte, e também de leste-oeste,

como prova dos céus, quiçá um teste,

que nos meça as agruras nordestinas.

Falta d’água, as coortes na rodagem,

indo à busca de um líquido tão raro,

pois os gados já morrem n’estiagem.

Gente simples, de bravos sertanejos,

à intempérie, se fina ao desamparo,

no rosto do latifúndio e seus desejos.

Fort., 09/12/2012.




 

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