Eu sei que o meu desespero não interessa a
ninguém. Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível: com ele se
entretém e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente
do que eu, sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito, que o
respirar de um só, mesmo que seja o meu, não pesa num total que tende para
infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida ignoram todo o
homem, dissolvem-no, e, contudo, nesta insignificância, gratuita e
desvalida, Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
Acordo de noite subitamente. E o meu
relógio ocupa a noite toda. Não sinto a Natureza lá fora, O meu quarto é
uma coisa escura com paredes vagamente brancas. Lá fora há um sossego como se
nada existisse. Só o relógio prossegue o seu ruído. E esta pequena coisa
de engrenagens que está em cima da minha mesa Abafa toda a existência da
terra e do céu... Quase que me perco a pensar o que isto significa, Mas
estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca, Porque a única
coisa que o meu relógio simboliza ou significa É a curiosa sensação de encher
a noite enorme Com a sua pequenez...
Cuidado com o
adestramento cultural que ordena a mentira que as elites inventam para se
perverterem reinventando um novo sadismo cerebral!Partem de uma compatibilidade depressiva
entre o desejo e o poder, que eles detém, com suas micropolíticas de rodapés
que passam pelo frio de suas línguas mentirosas, expondo os artistas com suas
alegorias eleitoreiras e pedagógicas de humilhação. A língua dessa gente é uma
metralhadora desumana que dobra a cultura em fonemas banais e... paraplégicos,
deslocando-os por cadeira de rodas no mesmo círculo vicioso das
"Revoluções Prometidas"! Todo ano repete-se a sátira da sátira...
Zé Augustho Marques
terça-feira, 29 de maio de 2012
Obrigado, meu amigo!
Sem querer e sem o saberes contribuíste para me remeter ao longínquo 1963 e me ver na tribuna em igual condição. Apenas que na formatura do Ginásio, como então chamava-se o 1o. período do Ensino Médio. E ao fazer esta breve viagem, confesso, chorei. Pois lembrei do que disse e do quanto valeram a pena estes quase 50 anos transcorridos. Foi bom, mais uma vez, saber que não traí minhas convicções...
Abraço,
Barreto
A escolha de Dilma
29 de maio de 2012 | 3h 07
Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo
É impossível que Dilma não esteja irritada com o Lula. Assim que ele melhorou do tratamento, começou a falar e a criar difíceis factoides para ela resolver. Lula talvez esteja zonzo com a doença que tem de enfrentar, traumatizado com o choque de se descobrir 'mortal', frágil como todos nós, depois da glória de ter governado sob beijos do povo. Essa doença poderia ter-lhe emprestado uma sobriedade 'democrática' maior, mas parece que vivencia a saída do exílio no Sírio-Libanês quase como uma ressurreição, querendo se meter em tudo, como se fosse o chefe de um governo paralelo ao de sua 'protegida'.
Lula nasceu de uma conjunção astral raríssima no ABC e foi muito 'moderno' quando surgiu, criando um sensato sindicalismo de resultados, acreditando em pressão e negociação com patrões. É natural que se tenha deslumbrado com as multidões de operários a seus pés nos comícios, mas até hoje se considera 'especial', um messias metalúrgico que deve comandar um país 'sem rumo'. Lula acredita mesmo em seu ibope.
Depois da fundação do PT, um enxame de 'soviéticos' desempregados transformaram-no em um líder operário a ser 'aperfeiçoado' (e controlado) teoricamente, para que eles chegassem um dia ao poder, numa estratégia 'gramsciana' vulgar. E chegaram em 2002, até o vexame do mensalão que quase queimou o filme de Lula.
E, no entanto, ele devia agradecer ao Roberto Jefferson por tê-lo livrado dos comunas tutelares, pois aí ele pôde encetar sua jornada para as estrelas, sua viagem em direção ao show midiático que encenou nos quatro anos seguintes, pensando apenas em sua imagem, enquanto Dilma trabalhava como uma 'boia-fria', varrendo o Planalto e apagando a luz ao fim do expediente. Lula nos deixou de herança a maldição de um PAC eleitoreiro que só realizou 17% das metas, criando a ideologia do 'tudo pode, desde que seja bom para eu governar', abrindo a porta para as alianças sujas que criaram a cachoeira de corrupção que jorra sobre nós. Os comentaristas ficam desorientados diante do nada que os petistas criaram com o apoio do povo analfabeto. Os conceitos críticos como "razão, democracia, respeito à lei, ética" ficaram ridículos, insuficientes raciocínios diante do cinismo impune e da paralisia política.
Agora, Lula só faz jogar batatas quentes no colo de Dilma, que tem de se virar -("Afinal, ela não é uma 'bichinha' tinhosa?" - como ele disse na campanha?) Assim, ele deu força à CPI oportunista para se vingar do PSDB, dos jornais e revistas, do procurador Gurgel, para melar o julgamento do 'mensalão', arrasar o Serra em São Paulo, com o Haddad do Enem.
"Dane-se..."- ele deve ter pensado - "se for um tiro no pé, será no pé da Dilma! Azar dela; importante é eu recuperar meu poder, deixar a barba crescer e voltar em 2014..."
Dilma deve estar fula com o dilema que Lula lhe deixou - governar o País entre o PT e o Sarney. E isso justamente agora, quando o perigo econômico se agrava, com a produção industrial caindo a níveis de 20 anos atrás e o País dependente da exportação de matéria-prima, à beira de uma explosão da 'bolha', como alertam economistas daqui e de fora em publicações como o Foreign Affairs e The Economist.
Lula nos legou uma presidente dividida entre o liberalismo e o Estado-pai, tendo de dar uma no cravo e outra na ferradura. E, além disso, ficou irritado, porque sua afilhada tem vida própria, muito mais coragem que ele e reconhece a importância de fatos como o Plano Real que ele surripiou para si; ela sabe da infernal 'faxina' que tem de fazer, para limpar os detritos que ele deixou.
Dilma tenta resolver esse impasse entre a modernização e o atraso, como foi no veto que fez ao Código Florestal, mesmo desagradando a aliados ruralistas. Dilma é obrigada a governar nas brechas do possível, como foi no caso dos juros dos bancos, pois não consegue fazer reformas mais abrangentes e isso faz aparecer seu lado autoritário, impaciente, impondo obrigações, aos capitalistas 'canalhas'. Mas ela sabe também que capitalismo é um modo de produção e não regime político das "elite"; ela sabe que, no caso brasileiro, é a única coisa que pode arrebentar o 'bunker' patrimonialista secular. Assim dividido, o governo atual se contenta com o autoengano, com a ilusão de que o Brasil está pronto para 'resistir' a uma crise mundial. Mantega diz que somos fortes e Dilma nos garante que estamos preparados em 100 ou 200%. Mas, só resistir? E os planos de reformas que não conseguem passar na estreita porta entre o PT e o PMDB?
Agora, Lula acaba de criar uma nova crise para Dilma. Vendo que o plano da CPI não rolou como ele queria e que até pode aporrinhar o Governo Central com respingos da Delta, Lula tentou mudar a opinião dos ministros do Supremo Tribunal Federal, como noticiou a última revista Veja, em uma entrevista com o ministro Gilmar Mendes, que afirma que Lula cobrou dele e de outros ministros o adiamento do início do julgamento do mensalão, o que significaria a prescrição de muitos dos crimes. É um fato gravíssimo que vai dar pano para mangas. Será que, inconscientemente ("não; não é possível! - penso eu), Lula não é levado a prejudicar o governo de sua afilhada, que hesita, dividida entre fazer o que acha e em desagradar ao criador?
Dilma me parece ter uma escolha partida: de um lado ainda aflora uma desconfiança com a sociedade e um desejo de impor obrigações do 'alto' e, de outro, tem consciência de que não é 'reacionário' privatizar estradas podres e antros de corrupção em estatais inúteis. Mas, em seu palácio paralelo, no Planalto alternativo em que se encastela, Lula trabalha contra tudo que possa ser uma modernidade ágil, impessoal, mais anglo-saxônica, digamos. Isso é insuportável para populistas como ele, que só conseguem operar no velho sistema de um velho Brasil.
É por isso que o País está em suspense, sem nitidez ideológica ou programática, confiando na grana futura do pré-sal ou da vinda de capitais para engordar nossa 'bolha'. Falo isso, mas acho que a presidente tem um claro desejo de melhorar seu país, pelo qual ela lutou até na guerrilha e tortura.
sábado, 26 de maio de 2012
Olá, caro poeta Zè Augustho!
Beleza de discurso, o rapaz realmente é um tribuno... e eloquente, rsss.
Raro ver isso, hoje.
Grato pela joia de envio, nobre gaúcho.
Ótimo final de semana, um abraço sempre solidário,
João Gomes da Silveira
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Despedida do TREMA
Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história. Adeus, Trema.
Aqueles que me têm muito amor Não sabem o
que sinto e o que sou... Não sabem que passou, um dia, a Dor À minha porta
e, nesse dia, entrou. E é desde então que eu sinto este pavor, Este frio
que anda em mim, e que gelou O que de bom me deu Nosso Senhor! Se eu nem
sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa
cadência Que é já tortura infinda, que é demência! Que é já vontade doida
de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio, A mesma angústia
funda, sem remédio, Andando atrás de mim, sem me largar!
ALGUÉM ATRACOU DE BARCO FURADO NAQUELA ILHA DE ÁGUAS BRANCAS. BARBUDO
COM O CHAPÉU DE ESCARAVELHO, MAIS OU MENOS, BALANÇANDO O CORPO DE CORES
COLETIVAS.PENSOU,NO COLETIVO DE BOBOS-O
QUE SERIA? NO COLETIVO DE CAGALHÃO?OS
CARROS NÃO EXISTIAM NAQUELA ILHA!A, A
, AILHA... GAGUEJOU... JÁ RESOLVIDO, QUE NÃO SERIA UM HIPOTÉTICO CRUSOÉ...VIU LONGE DALI, ALGUNS MENINOS QUE BRINCAVAM
COMGRANDES RETÃNGULOS DE PEDRAS
AVERMELHADAS. SUA IDEIA ERA, AGORA, ESTOFAR OS MÚSCULOS DO PEITO E DEIXAR O
VENTO FORTE FILTRARA GRADE APERTADA DOS
CÍLIOS QUE O FAZIAM LACRIMEJAR...ESTAVA
A SALVO.NA ILHA DAS CRIANÇAS!
A médica-psquiatra me
disse que "eu estava com depressão", com uma voz narrativa entre os
polos da linguagem onde hoje em dia, tudo é matéria e matérico! Pois bem, eu
que não sabia o que era ter a tal depressão, procurei voltar ao mundo
pré-linguístico, representado pelo meu corpo. No meu pensamento a depressão é
como um poema sem lastro, é uma procura de conexão com a matéria, pelo próprio
tema que ela impõe-se, pela redundante e inexplicável abstração que se desenha
a cada pingo d'água que deixei a torneira sem fechar direito. Meu esforço para
torná-la uma obra de arte ou uma prosa antipoética, me torna um ser híbrido,
entre a intuição de um insight literário, assinado pela heteronomia de uma bula
do tamanho de um rolo de papel higiênico e, meu amadorismo redutor, de uma alma
que escreve e assina com borrões de merda encagaçada...Acho mesmo que agora que a ficha caiu, que a
gente vive uma vida ambivalente, com ou sem decoros parlamentares entre nossos
sistemas neurotransmissores.E, eu estou
louco para que chegue à noite, com o William Bonner e a Patricinha Poeta, me
darem Boa Noitee despejarem, mais um
monte de coisas lindas e maravilhosas que este País produz!Roubo, corrupção, gente na fila do SUS,
esperando a morte chegar, o jogador que comeu o traveco e não pagou, um
Cachoeira que é chefe de uma cachoeira de políticos e homens públicos, o Collor
esbugalhando os olhos na sessão da CPIzza, o Lula fazendo visitinha pro Sarney,
o telefone que não para de tocar, a "Copa" que vai ser a "melhor
do mundo..." e, mais a puta que os pariu! Estou nas mãos da necessidade de
desaparecer, como obra de arte Surrealista ou Dadaísta: esperando encontrar num
milagreiro remédio qualquer, a antipoesia da cafeína, da pimozida, macrogol, do
carisprodol, diclofenaco, cisax, paracetamol, ou uma boleta futurista, que me
cure desse cárcere midiático, produzida pela doença do roubalheirol e seus
sintomas de falta de valores, escoando pelos ralos da miséria visceral dessa
gente podre...
Liberdade... Você pode estar entre 4 paredes, podes estar atras das grades de tua casa, mas mesmo assim a beleza da natureza, invadirá as janelas... Mesmo que o mundo lá fora esteja tão desumano mantenha firme e forte a tua humanidade... Porque sabemos bem, que o mais difícil é caminhar de cabeça erguida, com a alma leve e com o espirito satisfeito... Dormir e acordar sabendo que cada missão nesta nossa estada está sendo cumprida... É bem mais fácil estar acomodado de boca fechada, que falar o que se pensa!
abraço amigo Rosane Scherer
Para um amigão especial... < strong>A fortaleza do espirito Desconhecido
Às vezes, parece que a vida não é mais do que um teste para nossa paciência e resistência.
Há dias em que a alegria já acorda em nossa companhia; e há dias em que levantamos sem ânimo, sem mesmo saber para quê, pois até a esperança de felicidade parece extinguir-se.
O cansaço e a desesperança atacam a todos, sem excepção; e há os que sucumbem e se rendem à vida, abandonando a luta e aceitando a derrota.
Que tu não sejas um destes e acordes, hoje, como um bravo; alguém a quem a vida, muitas vezes, não oferece nada, nem mesmo a esperança - mas que, mesmo assim, cerra os dentes, levanta, reage e luta!
Que acordes como um valente, de quem o destino pode tirar os sentidos e a respiração, mas não pode tirar a coragem.
Pois, se a vida nos testa, mostremos a ela que nosso corpo pode ser frágil, mas que nossa alma é de aço.
E que a espinha de um bravo verga, mas não quebra!
Às vezes, parece que a vida não é mais do
que um teste para nossa paciência e resistência.
Há dias em que a alegria
já acorda em nossa companhia; e há dias em que levantamos sem ânimo, sem mesmo
saber para quê, pois até a esperança de felicidade parece extinguir-se.
O
cansaço e a desesperança atacam a todos, sem excepção; e há os que sucumbem e se
rendem à vida, abandonando a luta e aceitando a derrota.
Que tu não sejas
um destes e acordes, hoje, como um bravo; alguém a quem a vida, muitas vezes,
não oferece nada, nem mesmo a esperança - mas que, mesmo assim, cerra os dentes,
levanta, reage e luta!
Que acordes como um valente, de quem o destino
pode tirar os sentidos e a respiração, mas não pode tirar a
coragem.
Pois, se a vida nos testa, mostremos a ela que nosso corpo pode
ser frágil, mas que nossa alma é de aço.
E que a espinha de um bravo
verga, mas não quebra!
Desconfiai do mais trivial, na aparência
singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos
expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo
de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de
humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível
de mudar.
Na arte contemporânea não existe limites estabelecidos para a invenção da obra, embora nem tudo em nome da liberdade, sem critérios e sem o risco de referências, a transgressão sem saber de que, divulgado como arte, é arte. Com o deslocamento dos suportes tradicionais, a exemplo da pintura e da escultura para outras opções estéticas ou experiências artísticas em processo, com o uso de novas tecnologias disponíveis, ou não, mas principalmente com um novo conceito do que vem a ser uma obra de arte, hoje em dia, coloca em xeque o museu tradicional. Determinadas linguagens de natureza diversificadas da atualidade solicitam a reformulação de demandas e estratégias museias, um outro modelo museológico e museográfico.
O museu é o recipiente de conservar uma coleção e preservar uma herança estética e cultural de um tempo que passou e do presente para significar o possível futuro. Ele ocupa um lugar de destaque entre os diferentes elementos que compõem o sistema da arte. Assim como o hospício e a clínica, é provável ver nele um espaço de confinamento, um espaço sagrado, intocável e asséptico de exposição de objetos, que exige do espectador um ritual de contemplação, quase em silêncio, das chamadas obras de arte.
Não é um lugar neutro, tem história e implicações ideológicas. Na primeira metade do século XX, o museu de arte era o depósito de repouso do moderno, questionado no início desse século pelo precursor das poéticas contemporâneas, Marcel Duchamp e seu novo paradigma, bem humorado, para a arte: não mais uma coisa criada pelo artista, mas a coisa que o sujeito reconhecido como artista escolhe e decide para ser a obra de arte.
O museu como lugar passivo foi desarticulado com o Minimalismo na década de 1960 e logo em seguida a Arte Conceitual entrou em cena questionando de forma crítica e decisiva as instituições culturais, em especial o museu, o templo da sacralização da arte. O embate foi travado entre o museu e as novas propostas artísticas, efêmeras, privilegiando a ideia contra a materialidade que se armazena na instituição e alimenta o mercado de arte com mercadorias. A arte, desde então, passou a ser uma usina geradora de críticas, provocações e incômodos. Os mal-entendidos entre a arte e a instituição museal foram inevitáveis e imprevisíveis.
O caráter problematizador dessa produção de arte praticamente rejeitou o estatuto da obra de arte como produto, isto contrariou interesses do mercado e o desejo de classificar e acomodar da instituição museológica. Para a arte contemporânea, o museu com sua arquitetura característica, com função de alojar uma diversidade de procedimentos, é um laboratório de ensaio do que pode ser uma obra de arte, um campo de experimentação. O museu é indispensável, é o ponto de partida e a estação de chegada. É ele que legitima o que se designa experiência artística. E o papel do museu, mais do que armazenar obras, é ser um espaço de pensamento crítico e educativo, frequentado por um público ativo e não mero observador do que está em exposição.
De certa forma, a arte produzida hoje, expõe feridas da cultura e do sistema da arte. E o imaginário museal tem uma importância na formação do olhar capaz de pensar sobre a arte, do olhar que deixou de contemplar passivamente para experimentar e vivenciar. A arte de hoje não nos diz nada como a arte do passado, ela convida o espectador para refletir sobre o que é uma obra de arte e suas relações com o sistema institucional. Nesse caso, o museu é o lugar privilegiado para o exercício do pensamento, até porque, as obras efêmeras são transferidas ou resgatadas para dentro do discurso e da instituição museológica pelos documentos, registros e reproduções.
Agradeço por celebrar conosco a arte de nosso Vagner. Teus comentários e apoio sempre foram importantes fontes de motivação para continuarmos nossa jornada. Abraço, Maestro Borges-Cunha
PARABÉNS PARA A FAMÍLIA CUNHA DE VIOLINOS E REGÊNCIAS POR ESSE MAJESTÁTICO E POÉTICO PRÊMIO COM NOME MÁGICO DE VAGNER, CARREGADO CERTAMENTE POR WALQUÍRIAS EM PURA ARTE! ABRAÇOS Zé Augustho Marques
Dia 04.05/12 - Noite 05.05.12 Da janela do Fala Brasil!
Estar às margens da estrada
é viver caminhando...
Andar é ver além do horizonte,
Ver está além do olhar...
O que precisamos para viver?
Terra, água, ar e LUZ...
ALGUÉM ATRACOU DE BARCO FURADO NAQUELA ILHA DE ÁGUAS BRANCAS. BARBUDO
COM O CHAPÉU DE ESCARAVELHO, MAIS OU MENOS, BALANÇANDO O CORPO DE CORES
COLETIVAS.PENSOU,NO COLETIVO DE BOBOS-O
QUE SERIA? NO COLETIVO DE CAGALHÃO?OS
CARROS NÃO EXISTIAM NAQUELA ILHA!A, A
, AILHA... GAGUEJOU... JÁ RESOLVIDO, QUE NÃO SERIA UM HIPOTÉTICO CRUSOÉ...VIU LONGE DALI, ALGUNS MENINOS QUE BRINCAVAM
COMGRANDES RETÃNGULOS DE PEDRAS
AVERMELHADAS. SUA IDEIA ERA, AGORA, ESTOFAR OS MÚSCULOS DO PEITO E DEIXAR O
VENTO FORTE FILTRARA GRADE APERTADA DOS
CÍLIOS QUE O FAZIAM LACRIMEJAR...ESTAVA
A SALVO.NA ILHA DAS CRIANÇAS!