terça-feira, 28 de agosto de 2012

CORDEL


UM ARREMEDO DE CORDEL PARA OS AMIGOS.
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O ESTADO BRASILEIRO




Esse Estado brasileiro,
englobando os três poderes,
anda capenga e não sabe.
Isto nos meus pareceres,
que são falares do povo,
um águia com seus dizeres.


Pela falação das massas,
pouco se diz algo novo,
mas não há Judiciário,
esta a cantiga do povo.
É pinto o Legislativo,
não sai da casca do ovo.


No Executivo, o destroço,
como o cantar da perua.
E, melhor do que pior,
corre a verdade na rua.
Não sou só eu quem o diz,
o zé-povo é que se inclua.


Todos bradam por justiça,
que quase já não é feita;
tudo, aqui, de marcha a ré,
vira lentidão perfeita
e quem sofrer injustiças
chupe o dedo, sem desfeita.


No fim das contas impera
muita voz da impunidade;
leis caducas já não vigem,
esta a completa verdade.
Nem no caso mais horrendo,
põe-se alguma austeridade.


Tudo frouxo, tudo lasso,
e um cabrão batiza e casa;
mata e furta e dá em nada,
donde sai mandando brasa.
Depois, sem um corretivo,
volta à droga e mais arrasa.


Há no Direito as chicanas,
brechas nas leis, de montão;
crimes há, de brincadeira,
ninguém esquenta a prisão.
E logo vão para as ruas
um matador e um ladrão.


Nas casas parlamentares,
com mui raras exceções,
o que se veem, na mídia,
são os ditos «mensalões»,
mutretas e safadagens,
a sair pelos balcões.


Um fraquinho Executivo
entra em cena, hoje em dia.
Quase tudo loteado
às mãos da «privataria»,
que o tucano vendilhão
deu por uma ninharia.


Nosso Estado brasileiro,
hoje exposto nos jornais,
como simples adereço
foi plantão dos generais;
feito, agora, sesmaria
só por multinacionais.


Há demais telefonia,
que dá de todos no dente.
Vai-se ver tanto progresso
e nada corre pra frente.
Você berra, ao celular,
não se escuta voz de gente.


Sem voz, um Estado inteiro,
sem Saúde e Educação,
num progresso discutível,
se não for pra tubarão,
deputado e senador,
mas, e o besta do povão?


O povo sabe é votar!...
E vota mal, nos pregões,
em pleitos de faz de conta,
que reelegem sabichões,
quase todos fichas-sujas,
cabras ruins, trapalhões.


Viva o povo brasileiro,
mais forte, se votar bem!
Esse grande e bom Estado
merece o melhor também,
nacionalizando haveres
e tudo o que nos convém.

João Gomes da Silveira

Fort., 27/08/2012.



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(Esta indicação de leitura foi enviada por um visitante que identificou-se como sendo seu amigo no site Recanto das Letras.)


 

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