sexta-feira, 15 de abril de 2016

OS BIBLIÓFILOS SÓ MORREM DE SAUDADES.....

SAUDADES WALDEMAR TORRES,,,, MEU AMIGO E AMIGO DECLARATÓRIO DOS LIVROS................ PRÍNCIPE DOS BIBLIÓFILOS DO BRASIL..... COLECIONISTA
DOS MAIS HUMILDES QUE CONHECI....... SIM, POIS SER COLECIONADOR DE OBRAS
INDIZIVELMENTE HISTÓRICAS DA NOSSA LITERATURA MAIOR, É MOTIVO DE EGOLIVRITE AGUDA.... EU SERIA ABATIDO POR TAL SENTIMENTO.... MAS ELE NÃO.
SAUDADES WALDEMAR DE NOSSAS CONVERSAS MUITAS SOBRE ARTE E SONHOS....
AINDA GUARDO COM O MAIOR CUIDADO O EXEMPLAR QUE ME PRESENTEASTE
DA RARIDADE DA POESIA GAÚCHA COM CAPA DO TAMBÉM SAUDOSO E AMIGO
CARLOS SCLIAR, ORIGINAL EM LITOGRAFIA, CEM EXEMPLARES REGISTRADOS
POR COLOFÃO E CARIMBOS..... POESIA GERAL DE ACONTECIMENTOS....
WALDEMAR, MANDA UM ABRAÇO PARA O MINDLIN AÍ, JÁ O DEVES TER ENCONTRADO NA PAZ DOS LIVROS DAÍ.... COMO SERÃO? TEM CHEIRO?
SAUDADE É UMA PALAVRA TRISTE QUE NÃO CABE NUM LIVRO SÓ.
ABRAÇO MEU CARO...
ZÉ AUGUSTHO MARQUES
 
 
Foto: Dulce Helfer / Agencia RBS


Bibliófilo Waldemar Torres morre em Porto Alegre

Paulista mudou-se para a Capital nos anos 1990 e reorganizou seu acervo no bairro Menino Deus

Considerado um dos maiores bibliófilos do Brasil, Waldemar Torres morreu na noite de terça-feira, no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, onde tratava complicações de saúde havia duas semanas. Segundo a família, Waldemar havia sido vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) e, posteriormente, um câncer de próstata acabou se agravando.
Referência nacional em bibliofilia, "sabia falar sobre escritores com um amor contagiante", como ele próprio disse, em entrevista concedida a Zero Hora, em 2000.
A cerimônia de despedida e o sepultamento foram realizados em Porto Alegre, no Cemitério São Miguel e Almas, ontem, dia em que Waldemar completaria 73 anos.
Paulista, o colecionador se transferiu para a Capital gaúcha no final dos anos 1990, junto de sua biblioteca, que chegou a Porto Alegre por vias aérea e terrestre. Os livros mais valiosos vieram em pesadas malas de mão. Entre eles, Opus 10, de Manuel Bandeira, que teve edição de apenas 20 exemplares, assim como outros títulos autografados do amigo João Cabral. Ele cuidava destas e de outras milhares de obras com o mesmo zelo de quem protege uma joia.
Waldemar transformou uma casa no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, no Espaço Engenho e Arte. Após a viagem, decidiu reorganizar o seu acervo e compartilhá-lo com os novos vizinhos. Na inauguração do recinto, lançou Conversa de Livraria, um conjunto de textos inéditos de Carlos Drummond de Andrade escritos sob pseudônimos nos anos 1940, garimpados em jornais do Rio de Janeiro.
O bibliófilo, que dedicou décadas a pesquisar e colecionar obras de autores do modernismo brasileiro, contabilizava em seu acervo um vasto volume de informações e trabalhos de figuras como Manuel Bandeira, Mario de Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Mario Quintana, Erico Verissimo, Rubem Braga, Jorge Amado, Clarice Lispector e outras centenas de nomes. Waldemar era responsável ainda pela maior filmografia da literatura brasileira do século 20.
Formado em Medicina Veterinária em 1966, foi membro do conselho federal da categoria por 18 anos. Na década de 1980, a bibliofilia começou a tomar 90% do seu tempo.
Um dos desejos do colecionador de livros era conseguir formar novos bibliófilos. Mais do que lazer, para ele, a atividade era um caminho para a cultura. Waldemar dizia que isso mudaria a vida das pessoas.
Ele deixa a mulher, Maria Helena, os filhos Luiz Sergio, Luiz Flavio e Tatiana, e os netos Caroline Torres e Felipe Torres

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