Belas Artes e SP-Arte divulgam lista com as performances selecionadas para serem apresentadas na feira
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O sucesso da parceria inédita entre o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e a SP-Arte, que aconteceu no ano passado, incentivou a ampliar o setor Performance para a edição da feira desse ano. Desta vez, o projeto, que em 2015 foi protagonizado por alunos recém-formados da instituição, foi aberto para artistas de todo Brasil.
Para participar do processo de seleção, os artistas inscreveram suas performances por e-mail e os trabalhos foram avaliados por uma comissão julgadora composto por Cauê Alves, professor e coordenador do curso de Artes Visuais da Belas Artes; Fernanda Feitosa, diretora e idealizadora da SP-Arte e Solange Farkas, curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil, responsável por trazer ao país nomes de peso da arte internacional como Bill Viola, Gary Hill, Peter Greenaway e Olafur Eliasson.
No total, foram inscritas mais de 100 performances de artistas de todo o Brasil e de países como Colômbia, Dinamarca, Portugal e Austrália. Foram selecionadas dez, que serão apresentadas em todos os dias do evento.
“Este mercado de arte está em crescimento no Brasil. Algumas galerias em São Paulo tem se empenhado em criar eventos de performance para repensar modelos para difundir, discutir e comercializar essa produção. E, a SP-ARTE é um lugar de encontro, instância relevante para recolocar questões relativas à performance no interior do sistema da arte”, explica o professor Cauê, que coordenadou o júri.
Após o término da feira, serão escolhidos os dois melhores trabalhos que receberão prêmios – o primeiro lugar vai ganhar dois meses de residência artística (no período de 8 agosto a 3 outubro) no Instituto Sacatar, que é membro da Res Artis, the worldwide network of artist residencies e da Alliance of Artists Communities, localizado na Ilha de Itaparica, na Bahia. O segundo lugar receberá uma bolsa de estudos para um curso de pós-graduação no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
A instituição completou 90 anos em setembro passado e o curso de Artes Visuais foi o primeiro a ser oferecido logo em 1925. O curso acompanhou as mudanças constantes de sua área e hoje aborda a arte contemporânea, as novas linguagens e suportes que surgiram nos últimos anos, como multimeios, performance, vídeo-performance, fotografias analógica / digital, entre outras.
Confira abaixo todos os projetos selecionados:
Foto Milton Afanador
RESÍDUOS – Alexandre D’Angeli
Datas de apresentação
06 de abril das 14h às 16 h
09 de abril das 16h30 às 19h30
RESÍDUOS é uma performance que dá continuidade a pesquisa do artista Alexandre D’Angeli acerca das interações possíveis entre corpo e espaço e seus vestígios/memórias na busca por aproximações sensíveis com a arquitetura e seus equipamentos. O trabalho propõe pensar os vestígios imateriais resultados da ação do homem nas grandes cidades - sobras de seus projetos, investimentos, trocas e afetos.
Como um jabuti matou uma onça e fez uma gaita de um de seus ossos – Renan Marcondes Datas de apresentação 06 de abril das 16h30 às 18h30 07 de abril das 16h às 18h30 A performance apresenta ao público a imagem de um corpo masculino subjulgado por um objeto: um sapato de salto alto laranja cujo salto é uma estaca de 30 centímetros. Impossibilitado de ficar em pé e ocupar uma posição ereta, masculina e dominadora, esse corpo transita lentamente pelo plano horizontal através de uma coreografia que condensa imagens referentes à uma objetificação da mulher. A partir da transformação do sapato e da sua colocação em um corpo masculino, o trabalho levanta questões referentes a identidade de gênero e ao papel dos objetos nesse processo. Datas de apresentação 06 de abril das 19h às 21h 07 de abril das 19h às 21h Fluxo luminoso. O artista recria o seu próprio corpo. Refaz-se. Em ambiente escuro o seu movimento deixa um rastro de luz. Luzes coloridas piscam do seu corpo acrobata que evolui suspenso por uma barra invisível. A claridade que não é própria do corpo e que só se faz perceber porque é nele refletida é, em Lúmen, “in-corporada”. Através de mecanismos artificiais o performer apresenta um corpo iluminante. A presença viva do artista fica registrada no espaço escurecido da performance. Carga – Elfi Nitze Data de apresentação 07 de abril das 15h às 16h A performance Carga constrói-se a partir da ideia do peso mental, onde não há consciência dos atos em si. Nascida no conceito de ligação entre mente e corpo, ela traz o pensamento de que qualquer problemática existente na mente cairá no corpo, caso não se resolva e vice-versa, ou seja, questões corporais também podem atuar sobre a mente. Foto Jonatas Teixeira Sobre o peso nos meus ombros – Karen Cruz Data de apresentação 08 de abril das 14h30 às 16h A performance tem como configuração uma ação performática onde a artista prende em seu cabelo, dividindo-o por mechas, chumbinhos – também conhecidos por chumbadas. Chumbinhos são pesos utilizados em pescaria, confeccionados, como o próprio nome sugere, a partir do metal chumbo por este apresentar um peso considerável em relação ao seu volume se comparado a outros metais. Os chumbinhos são presos as mechas de cabelo por toda a extensão da cabeça da artista. A fixação destes se dá por meio de elásticos, previamente fixados às peças de chumbo. Em testes, a artista já chegou a utilizar cerca de 4kg de chumbinhos, buscando explorar os limites que seu corpo impõe. Ensaio sobre o caos – Baillistas Datas de apresentação 08 de abril das 17h às 19h30 09 de abril das 13h30 às 16h30 A performance baseia-se na realização de uma série fotográfica em meio a SP-Arte com bailarinos, figurinos, maquiadores e os quatro integrantes do coletivo trabalhando como o fazem em meio à cidade de São Paulo. Fabio Minagawa A filosofia do Ralo – Cadu Ribeiro Data de apresentação 08 de abril das 19h às 21h Compreendida como uma performance de dança, Filosofia do Ralo é uma intervenção corporal que tem como poética o romance filosófico O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. O homem-ralo é a figuração performática de um dos personagens do romance: Basil, o pintor apaixonado de Dorian, que nesta intervenção caminha/dança sobre diferentes espaços. Carregando um objeto cênico criado para a performance, uma espécie de parangolé de ralos sobre as costas, o artista se locomove com este peso opressor que lhe dá uma corporeidade própria. Antony Rayzhekov Permanência para um Encarnado – Luanna Jimenes Data de apresentação 10 de abril das 14h às 16h A performance consiste na permanência da artista por longa duração caracterizada pelo traje. A presença que sustenta o trabalho é a expansão da respiração com dimensões e tempos orgânicos, sendo portanto um expandir/recolher até limites extremos, alternando uma figura grande a outra pequena próxima do chão. As pausas durante o percurso permitem múltiplas leituras para o observador e interferem no espaço em silêncio. O traje de tecido preto encorpado e com algum brilho cobre todo o corpo confundindo-o com um objeto. A artista se desloca completamente coberta apenas com um olho revelado até o local da permanência e ali desfigura. O som do trovão – N Jeans Datas de apresentação 09 de abril das 19h30 às 21h00 10 de abril das 12h às 14h00 Existem muitas coisas que incorporam sensações de medo e desespero, e uma grande tempestade pode ser uma delas. No entanto as tempestades podem ser de diferentes formas na vida, ou não? Nunca sabemos como e nem quando seremos atingidos pela próxima ou se não seremos atingidos mais... Então vale a pena recorrer ao medo? Em um vasto vale; luz, corpo, sons e trovões se confundem em meio aos devaneios mentais que mentes psicóticas podem, devem ou não ter com relação aos percursos que a linha de uma vida pode percorrer e entre seus diálogos com o sentido. Por Lucas Takahaschi – Técnica Mista (Frente) Data de apresentação 10 de abril das 16h às 18h00 É arte ou bala? – Lucas Takahaschi O espaço de arte reflete seu público-alvo e influência diretamente no status e no valor da obra, o que intrinsicamente causa a valorização do artista e induz o consumidor a um sistema hermético de colecionadores e seus produtores. Porém, como seria se esta obra fosse apenas uma bala? E se este artista fosse apenas um vendedor? Como se estabeleceria a relação com esse consumidor já habituado ao circuito de arte? | ||
Sobre o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo
Fundado em 23 de Setembro de 1925, o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo é uma das mais tradicionais instituições de ensino do país. Dividida em mais de 20 unidades, localizadas na Vila Mariana, a instituição é reconhecida pelo ensino com personalidade, e oferece 15 cursos de graduação, 13 de pós-graduação e uma lista completa e dinâmica de cursos livres e de extensão.
O Centro Universitário Belas Artes de São Paulo é a escola ideal para jovens que valorizam a criatividade, a liberdade de expressão e buscam conhecimento com aplicação prática. Esse ambiente criativo e estimulante é proporcionado pelo caráter interdisciplinar dos cursos, pela qualificação dos professores e pela infraestrutura completa oferecida. Estes são aspectos favoráveis à formação diferenciada do futuro profissional, que poderá exercer a carreira escolhida com competência e personalidade.
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quinta-feira, 7 de abril de 2016
Belas Artes e SP-Arte
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