...A formação da palavra "modernus" que significara o "recente"; O "feito agora", ocorrera no latim do século V da era cristã. Embora nos seja difícil imaginar o latim de um Cícero, ou o grego de um Sófocles sem a menção instrumental e léxica do sentimento dessa palavra. Fato é que os gregos altamente intelectualizados desconheciam a palavra que derivara-se do envolto em grego "neos" (novo) para neotericus que cairia em desuso. O contraste entre o velho e o novo, o passado e o presente, sempre se estabeleceu. Mas sempre com a famijerada e aquilatadora percepção cristã e sua mídias cumulativas de segundas intenções. A medida que esse arremedo quase nihilista da palava neotericus cai em desuso, surge o "modernus" que edififica ao homem cristão um patamar de sol e luz a frente do homem pagão! Do contrário, pode-se dizer de "grandis modernus" pagãos à frente dos cristãos: Caravaggio, Zurbaran, Goya, Tiepolo, F. Bacon, F.Kahlo. De la Planche, Rodin, Millet, Basquiat, Scliar, Arcimboldo, Fragonnard, Otto Dix, Kate Kolwittz, Brueghel, etc. Pois estes que citei, alguns fora do tempo dessa marcha linear e históricamente irreversível estiveram muitas vezes, renegados seus valores de "modernus". Só um exemplo : Michelangelo de Caravaggio, o espetacular artista flamengo (1571-1610), assassinado aos 39 anos brutalmente, por ser pagão e genialmente moderno. Único artista em sua época que pintava à noite, mesmo a mais escura,recrutando modelos na rua, mesmo quando pintou A Morte da Virgem onde proclamou a exuberância das trevas com poesia envolvente que constará sempre em sacrilégios viciosos a todos os olhares em suas obras. Esta sua modernidade foi estimada e estudada apenas em 1920, quase 3 séculos depois de sua morte. Incrível! Fecho então colchetes para referendar que esta eterna discussão entre modernidade e contemporaneidade que encontra-se tanto no Google ou na Biblioteca de Alexandria, cresce portadora, sempre de juízos de valor. Mais ou menos como a famosa Querela dos Antigos e Modernos que os poetas medievais escreviam em latim como língua comum e polemizaram séculos com sua "estética do momento presente". Pois lá vai: nem tudo que é moderno é contemporâneo e nem tudo que é contemporâneo é moderno. Dá para entender? Pense, escute, fale e leia.
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