sábado, 15 de fevereiro de 2014

ESSA PÓS - MODERNIDADE


 

 

Nos tempos de hoje, há uma forma de aprisionamento reflexivo, uma nova delimitação das relações amorosas, uma novíssima arte das disjunções inclusas, e mais, uma nova modulação clínica da maneira de amar o próximo. Há sim uma anorexia histérica de emagrecer as almas, a ética, a honra e o pensar...  De resto, deve ser a todo instante exclusão ou vigilância, para conquistar o desmanche desse lixo humano e social nos grandes centros. Há também, a céu aberto, uma hipocondria por consumir arte e músicas descognitivas do belo. A mania de doença como remédio da cor e, a dor de ouvidos secreta nas harmonias do batidão que escreve na partitura de sua alma, violência e inaptidão psicótica de punhos atados...  Na arquitetura, há que consumir ferros e grades como táticas belicistas enunciadas de nova exclusão, evitando que mendigos e craqueiros fiquem “al rededor” de bunkers de superfícies ilusórias. É mais fácil e lucrativo investir no "feio" e na "exclusão" do que na educação. A domesticação das essências culturais e a separação das culturas fixas das mídias são devoradoras. Há uma mídia para pobres e outra para ricos. Aos pobres mostra-se as novelas e o glamour das futilidades e aos ricos, mostra-se as favelas pacificadas. Aos pobres, mostra-se através dos consultórios, plantões do SUS, Institutos de Beleza e Igrejas prisionais da fé, os santinhos pagos e as “caras e bocas” dessa normatização da cultura inferior... Aos ricos mostra-se os mais ricos... E há, de forma cubista sintética, o espalhamento dos medos, como uma malha infinita de violências compartilhadas como “bulas” de facebook’s, virtuais, a controlar todas as incertezas... As metástases do apocalypse atômico ainda estão gerando mais metástases de sombras cancerígenas no sol e na lua. “Pensem nas crianças, mudas telepáticas...” Sem a garantia da integridade física e moral, pobres e ricos voltarão à base das cavernas! Ninguém se salvará dessa fragilidade... A alalia dessa mistura de futilidades, consumismo e incerteza em nossa rotina é um sinal que devemos nos reinventar e apagar a nova ideia de museu e arte contemporânea, com suas pernas quebradas por falta de desenho e cabeça, sem julgamento ou juízo final. Urge uma nova ordem dessa tal de modernidade pós, pois a única saída para a salvação “coletiva” é a reeducação unicista em cada um de nós. Com um binômio platônico na cabeça: vida e saber.

 

Zé Augustho Marques

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