Nos tempos de hoje, há uma forma de aprisionamento reflexivo, uma nova
delimitação das relações amorosas, uma novíssima arte das disjunções inclusas,
e mais, uma nova modulação clínica da maneira de amar o próximo. Há sim uma
anorexia histérica de emagrecer as almas, a ética, a honra e o pensar... De resto, deve ser a todo instante exclusão
ou vigilância, para conquistar o desmanche desse lixo humano e social nos
grandes centros. Há também, a céu aberto, uma hipocondria por consumir arte e
músicas descognitivas do belo. A mania de doença como remédio da cor e, a dor
de ouvidos secreta nas harmonias do batidão que escreve na partitura de sua
alma, violência e inaptidão psicótica de punhos atados... Na arquitetura, há que consumir ferros e
grades como táticas belicistas enunciadas de nova exclusão, evitando que
mendigos e craqueiros fiquem “al rededor” de bunkers de superfícies ilusórias.
É mais fácil e lucrativo investir no "feio" e na "exclusão"
do que na educação. A domesticação das essências culturais e a separação das
culturas fixas das mídias são devoradoras. Há uma mídia para pobres e outra para ricos. Aos pobres mostra-se as novelas e o
glamour das futilidades e aos ricos, mostra-se as favelas pacificadas. Aos
pobres, mostra-se através dos consultórios, plantões do SUS, Institutos de
Beleza e Igrejas prisionais da fé, os santinhos pagos e as “caras e bocas”
dessa normatização da cultura inferior... Aos ricos mostra-se os mais ricos...
E há, de forma cubista sintética, o espalhamento dos medos, como uma malha
infinita de violências compartilhadas
como “bulas” de facebook’s, virtuais, a controlar todas as incertezas... As
metástases do apocalypse atômico ainda estão gerando mais metástases de sombras
cancerígenas no sol e na lua. “Pensem nas crianças, mudas telepáticas...” Sem a
garantia da integridade física e moral, pobres e ricos voltarão à base das
cavernas! Ninguém se salvará dessa fragilidade... A alalia dessa mistura de
futilidades, consumismo e incerteza em nossa rotina é um sinal que devemos nos
reinventar e apagar a nova ideia de museu e arte contemporânea, com suas pernas
quebradas por falta de desenho e cabeça, sem julgamento ou juízo final. Urge
uma nova ordem dessa tal de modernidade pós, pois a única saída para a salvação
“coletiva” é a reeducação unicista em cada um de nós. Com um binômio platônico
na cabeça: vida e saber.
Zé Augustho
Marques
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