Desde
1932, quando os nacionalistas tomaram o poder na Alemanha, diretores dos museus
da França tiveram a iniciativa de listarem as principais coleções públicas e
privadas que seriam escondidas em caso de conflito.
Em
1938, quando Hitler invadiu a Austria e uma parte da Checoslováquia, as
autoridades francesas iniciaram a operação de evacuação das obras de arte para
castelos situados longe das linhas férreas, alvo das bombas inimigas.
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Embalo
das obras do Louvre durante a segunda guerra mundial
Usando
empresas de transportes, as caixas de madeira contendo as obras saíram da Cour
Carré do Louvre em direção aos castelos do Vale do Loire.
No
dia seguinte da declaração de guerra à Alemanha, 3 de setembro de 1939, o
Louvre já estava vazio .
Os
objetos frágeis, móveis pesados, pinturas de menos valores artísticos e
esculturas que estavam sendo restauradas ficaram no museu.
As
obras renomadas ou marcantes para a história da arte foram levadas para o
Castelo de Chambord e depois distribuídas para outros lugares. Assim, 3.691
pinturas foram desmontadas de suas molduras e encaixotados para uma viajem
perigosa, sem escoltas ou seguranças.
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Vênus de Milo embalada para a viagem
A
Venus de Milos, a Vitória de Samotrácia e várias esculturas gregas-romanas,
todas do departamento de esculturas gregas, foram enviadas para o castelo de
Valençay (Vale do Loire).
As
antiguidades egípcias foram enviadas para o castelo de Courtalan (Vale do
Loire).
As
pinturas espanholas, para o Museu Ingres , na cidade de Montauban (
Tarn-et-Garonne).
Um
total de 5.446 caixas foram transferidas em mais de 200 viagens. Uma verdadeira
guerra de esconde-esconde para salvar uma parte do acervo francês.
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Museu
do Louvre vazio durante a segunda guerra mundial
Após
a invasão de Paris no dia 14 de junho de 1940, o Museu do Louvre, totalmente
diferente e silencioso, abriu suas portas ao público. Algumas salas estavam
abandonadas, sujas e vazias. Outras apresentavam somente obras sem interesse,
réplicas de pinturas, cópias de esculturas em gesso. O Louvre tinha se
transformado em um museu triste e decepcionante.
Hitler
nomeou um alemão, conde Franz Wolff-Metternich, como co-diretor do Louvre.
Homem culto, ele soube trabalhar com Jacques Jaujard em boa harmonia durante
quase dois anos.
Em
1942 Wolff-Metternich foi substituído e voltou para a Alemanha. Nestas alturas
ele já sabia onde as obras estavam escondidas mas nunca revelou este grande
segredo. Apaixonado pelas artes e temendo que tudo fosse queimado ou destruído
pelos seus superiores guardou para si a informação.
O
novo diretor, sob ordens de Hitler, esvaziou salas do Louvre e do Jeu de Paume
para estocar as coleções pilhadas aos judeus franceses. Protegidas militarmente
até serem expedidas para Alemanhã, Jacques Jaujard não conseguiu impedir estas
transferências. Mas seus colaboradores fizeram clandestinamente uma lista com
os nomes dos verdadeiros proprietários. No final da guerra, graças a esta
lista, muitos destes proprietários foram restituídos.
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O
retorno da Mona Lisa
O
Louvre recebeu de volta todas suas obras intactas e, depois de restauradas,
voltaram para os seus lugares. O grande herói desta peripécia, o diretor
Jacques Jaujard, recebeu a medalha de honra ao Mérito da Resistência francesa
por salvar um boa parte do Patrimônio da Humanidade.
E
veja abaixo todas as viagens da Mona Lisa durante a 2° Guerra Mundial :
-
27 de setembro de 1938, primeira viagem para o castelo de Chambord, voltando no
mês seguinte para o Louvre.
-
28 de agosto de 1939, viaja novamente para Chambord, ( Loire).
-
14 de novembro de 1939, transferida para o castelo de Louvigny (Loire).
-
03 de junho de 1940, transferida para a abadia de Loc-Dieu, (Aveyron).
-
03 de outubro de 1940, transferida para o museu Ingres à Montauban (
Tarn-et-Garonne).
-
03 de março de 1943, transferida ao castelo de Montal, (Lot).
-
16 de junho de 1945, volta triunfante para o museu do Louvre.
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