João Gomes da Silveira
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ESTIAGEM
[CCCLXXIV]
Faz
estio nas várzeas, nas campinas,
dos
sertões lá num ermo tão agreste;
outra
vez, grande seca, no Nordeste,
um
tormento que marca tantas sinas.
Estiagem,
sequer sem mais neblinas,
sul
a norte, e também de leste-oeste,
como
prova dos céus, quiçá um teste,
que
nos meça as agruras nordestinas.
Falta
d’água, as coortes na rodagem,
indo
à busca de um líquido tão raro,
pois
os gados já morrem n’estiagem.
Gente
simples, de bravos sertanejos,
à
intempérie, se fina ao desamparo,
no
rosto do latifúndio e seus desejos.
Fort.,
09/12/2012.
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