(*) Maria Lucia Victor Barbosa –
Esse acontecimento inédito se deveu ao
relator, ministro Joaquim Barbosa, o que lhe granjeou admiração e respeito de
parte da sociedade. Ele foi seguido pela maioria de seus pares, com exceção dos
ministros Lewandowski e Toffoli que atuaram como advogados de defesa dos
companheiros do PT. Não se pode também deixar de mencionar a atuação firme
corajosa do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que se tornou alvo
da sanha vingativa do PT.
Com relação ao ministro Joaquim Barbosa
se pode imaginar a profunda dor que seu prestígio causou a Lula da Silva. Não só
porque ele se sentiu traído, visto que havia nomeado o ministro e pensava que o
STF era mais uma de suas capitanias hereditárias, mas, principalmente, porque o
descomunal ego do ex-presidente deve ter sido tremendamente abalado diante de
alguém que lhe fez sombra entre cidadão esclarecidos.
Como no conto infantil Lula deve ter
perguntado ao espelho mágico: “Espelho meu, existe no momento homem mais
querido do que eu”? E o espelho respondeu: “Sim, majestade, o ministro Joaquim
Barbosa”.
Para ser como gosto, politicamente
incorreta, traço um paralelo entre Lula da Silva e o ministro Joaquim Barbosa,
completamente diferentes em termos de caráter, sendo sua única semelhança a
origem humilde:
Lula da Silva fez questão de continuar
iletrado e é um velhaco que tudo conseguiu apenas com muita sorte e lábia.
Joaquim Barbosa estudou, trabalhou e se tornou o homem honrado e competente que
conseguiu salvar o STF das garras da quadrilha enquistada no Executivo pelo PT.
Com relação ao primeiro me envergonho de ser brasileira. O segundo me inspira
justo orgulho pelo meu país.
É vergonhoso, por exemplo, observar que
o governo foi de tal modo loteado e corrompido por Lula da Silva, via seu então
primeiro-ministro, José Dirceu, que volta e meia explode mais um tremendo escândalo
de dimensões nunca antes havidas nesse país. Como disse jocosamente José Simão,
colunista da Folha de S. Paulo, “escândalo no PT é como caixa de lenços de
papel: você puxa um e vem logo três”. “Você nunca consegue puxar um só”.
Assim, enquanto o julgamento vai
terminando vem à tona o caso de Rosemary Nóvoa de Noronha, chefe de gabinete da
Presidência da República em São Paulo, um cabide de emprego e um gabinete das
sombras de onde Lula exercia comodamente seu terceiro mandato sem precisar ir à
Brasília.
A bancária e sindicalista, Rose, também
de muita sorte, trabalhou durante doze anos com o chefe da quadrilha do
mensalão, José Dirceu. Neste período, como indica a Operação Porto Seguro da
Polícia federal, ela fez um curso completo, com mestrado e doutorado na arte de
obter vantagens e indicar trambiqueiros, falsificadores, achacadores,
vendedores de facilidades, enfim, companheiros corruptos que passaram a ocupar
altos cargos. Nada, porém, Rosemary conseguiria se não fosse sua intimidade com
aquele a quem chamava carinhosamente de tio, de Luiz Inácio, de PR.
Em nome da Rose as portas se abriam,
não tanto pela “madame”, mas por ordem do “tio” sempre solícito em atender aos
pedidos de sua Marquesa de Garanhuns. Os jornais e revistas estão cheios de
detalhes das tramoias, das fraudes, das negociatas da Marquesa e de seus
protegidos e seria repetitivo enumerá-las. Ressalve-se, porem, a sordidez a que
chegaram os labirintos escuros e tortuosos da administração publica.
Lula da Silva anda desaparecido, mas
mandou dizer que o seu caso com Rose é assunto particular. Deve até se sentir
orgulhoso e se comparar a presidentes que também tiveram amantes. Mas, ao que
se sabe, outros presidentes não nomearam nem acobertaram corruptos para
satisfazer os desejos de suas outras mulheres.
Se o caso fosse apenas particular Lula
poderia ter presenteado Rose com joias caras, carros de luxo, apartamentos
suntuosos. Afinal, o “pobre operário” deve estar podendo bancar tudo isso. Mas
preferiu mandar a conta para o povo, pois quem paga a corrupção governamental
somos nós.
Enquanto não acontece outro escândalo
petista um fato importantíssimo não tem tido a relevância que merece. Refiro-me
ao fracasso da expansão econômica. A previsão de um PIB, em 2012, que talvez
não chegue a 1%, nos coloca de novo na rabeira dos Brics e configura o biênio
perdido de Dilma Rousseff. O governo camufla a inflação, altera os dados,
falsifica as informações. Inutilmente, pois a realidade acontece, independente
da propaganda. E como é pesada a herança maldita de Lula da Silva e de sua
sucessora, Dilma Rousseff.
(*) Maria Lucia Victor Barbosa é
socióloga.
É graduada nos cursos de Sociologia e Política, e Administração
Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Lecionou nas seguintes universidades: Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC), Belo Horizonte/MG;
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Maringá, Maringá/PR; Centro de
Estudos Superiores de Londrina – CESULON (atual UNIFIL), Londrina/PR;
Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina/PR; Universidade Norte do
Paraná (UNOPAR), Londrina /PR.
Foi editora de pesquisa do Jornal Panorama.
Londrina/PR
Atuou na COHAB-LD como socióloga, onde criou o
Departamento de Desenvolvimento Social com objetivo de efetuar ações sociais
junto a moradores de conjuntos habitacionais e favelas de Londrina. Essa meta
foi atingida através de programas e projetos voltados para elevação de renda,
saúde, educação, cultura e esporte. O trabalho foi considerado modelo nacional
na área da habitação voltada para projetos sociais, pelo BNH.
Maria Lucia proferiu inúmeras palestras e participou de
vários simpósios e congressos nacionais e internacionais.
Publicou vários artigos em revistas culturais e científicas,
nacionais e internacionais.
Tem artigos publicados em diversos jornais, entre eles:
Jornal da Tarde, O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Gazeta do Povo, O
Estado do Paraná, Valor Econômico, Monitor Mercantil, Folha de Londrina, Gazeta
do Paraná, Jornal de Brasília, Inconfidência, Diário da Tarde, Folha de São
Carlos, Jornal Hoje.
Publica também em diversos jornais eletrônicos, entre os
quais:
www.diegocasagrande.com.br
www.ucho.info
www.parlata.com.br
www.jusvi.com
www.rplib.com.br
www.acontinencia.com
www.jurid.com.br
www.infojus.com.br
www.trinolex.com.br
www.samauma.com.br
www.diegocasagrande.com.br
www.ucho.info
www.parlata.com.br
www.jusvi.com
www.rplib.com.br
www.acontinencia.com
www.jurid.com.br
www.infojus.com.br
www.trinolex.com.br
www.samauma.com.br
É membro da Academia de Letras, Ciências e Artes de
Londrina.
É autora dos livros:
1° - O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto – a Ética
da Malandragem. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 1988.
2° - América Latina – em Busca do Paraíso Perdido. São
Paulo: Editora Saraiva, 1995. (Esta obra foi premiada em junho/2002 com medalha
de prata, pela participação no Concurso Internacional Marengo D’Oro,
6ª edição, Sestri Levante, Itália, na categoria “ensaio” para
estrangeiros).
3° - Fragmentos de uma Época. Londrina:
Editora UEL, 1998.
4° - Contos da Meia-Noite. Londrina:
Editora Campanário, 1999.
5° - A Colheita da Vida – Resgate Histórico da
Sociedade Rural do Paraná. Londrina:
Editora Midiograf, 2000.
Entre seus trabalhos literários, além de contos e crônicas
constam poemas.
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