Já não tenho medo da chuva
porém tenho medo dos
pingos
que anunciam o medo
das vidraças nubladas...
Enfrentar o medo
é como queimar as mãos
no fogo das geleiras
É como enfrentar
um dragão
com amuletos e santinhos
A lua não medra
de seu eclipse
nem o sol de sua sombra
Desde então, algum dia
o medo me parece ser
uma canção adormecida
em começo de outono...
Os pássaros não tem medo
do vento!
Só de outros pássaros
desconhecidos...
Os elefantes?
tem medo sim, dos ratos...
Porque entram em suas
trombas.
Asfixiam-os...
A língua talvez tenha medo
do pensamento.
Mas não tem medo
de morder a si própria.
Um anel de ouro
não tem medo dos dedos
mas a mão receia
por eles...
Os ratos só tem medo
dos laboratórios!
Uma nuvem pode ser
um vestido no céu.
Mas pode ser um tapete
de maus presságios...
O medo é uma abstração
na tela figurada
de uma engasgada coragem.
Ou, um sonâmbulo amor
perfumado de paixão
perto dos remédios...
Será que o medo
está subordinado aos
interesses
comerciais e economicos
dos pássaros?
Ou o medo está temente
ao Deus Google da
informação?
Penso que o medo
deveria estar
terceirizado...
Pagaríamos alguém para ter
medo!
Por nós!
E o medo do armário?
Das gavetas?
Das portas entreabertas?
Da portinhola que range?
Da escada que sobe?
Do galho que balança?
Do uivo
Do mordomo?
Do tic - tac da meia
noite?
Do toc - toc na porta?
Porta que abre e fecha
para tantos medos...
Medo de escreve cartas
ridículas!
Medo de dizer não!
Medo gelado...
Medo que a religião tem
das ciências e vice –
verso.............
Zé Augustho Marques
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