MIRANTE DOS
DIREITOS HUMANOS . XXXXVIII
ESPECIAL NILTON ROSA DA SILVA.
Um dia especial para os Direitos Humanos.
Muitas coincidencias !!!
Recordar um companheiro perdido na esteira do
tempo é sempre doce e triste. Neste 15 de junho batem 40 anos do fuzilamento de
um jovem brasileiro em Santiago do Chile. Sofremos e nos energizamos, dizendo:
! Presente !
! Presente !
! Presente !
Por volta de meio-dia, telefona desde Santiago
do Chile o poeta Francisco Estevez, reunido com colegas e autoridades da U. de
Chile justamente em frente ao jacarandá por eles plantado no pátio da Faculdade
de Castelhano onde estudava Nilton. Ato histórico.
A partir das 12:30hs, assistimos na tv aberta
brasileira ao especial "Exilados" de Boca Migotto, com a parábola
pessoal de Pedro e Carlos Beust em busca de suas verdades estilhaçadas entre
Suecia, Brasil e Chile. Uma sequencia emocionante frente... ao proprio
jacarandá do antigo Instituto Pedagógico, produção da RBSTV.
Canções escolhidas pontuando sutilmente o roteiro. Muita coincidencia, eu fico
tolo !!!Acessar em
Abrindo a edição eletronica do Sul21
, temos um artigo excelente de Mauricio Brum sobre Nilton, com pesquisa
detalhada entre Brasil e Chile, visita a locais, entrevistas com companheiros.
Acessar em
Do outro lado dos Andes, materia minha traduzida
para o saite Generación80 recorda a trajetoria de Nilton nos anos
luminosos da Unidad Popular. Copio abaixo, reprodução liberada. Acessar em
Mais surpresas: do Uruguay escreve a amiga HB
contando que na Facultad de Periodismo de Santiago durante a noite do velório
de Nilton, cantou "Viola Enluarada" !!!
"POETA
E MARTIR."
Raul
Ellwanger, compositor.
Dois
solidários poetas chilenos plantaram um jacarandá brasileiro na Avenida Macul
de Santiago, em 2003. É comum que poetas amem a natureza, basta lembrar as
amorosas declarações de Pablo Neruda dedicadas às florestas de sua chuvosa
Temuco natal. Publicou também o poeta de Isla Negra deliciosas (em todo
sentido) odes à Melancia e à Salsinha Verde, visto o conhecido culto do Sr.
Reyes aos prazeres do garfo e do cálice.
O
amor dos poetas santiaguinos Francisco Estevez e Oscar Aguilera tem mais a ver
com os sentires do coração do que com os saberes da botânica. As lindas flores
roxo-lilás que no mês de outubro alegram os ares e atapetam os jardins do
Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, rebrotam para lembrar de outro
poeta, o cachoeirense Nilton Rosa da Silva. Colegas e companheiros da Faculdade
de Letras nos anos ’70, versejavam alegremente os três vates entre aulas
tumultuadas, namoros delirantes, passeatas ferozes e fantasias revolucionarias
nos anos sonhadores da Unidade Popular de Salvador Allende. Folhetos
mimeografados plasmaram as poesias que o cuidado de alguns amigos preservou,
mesmo com os descaminhos e perdas dos quartelaços e exilios.
No
dia 15 de junho de 1973 o coração de Nilton da Silva se deteve. Em plena luz de
um dia frio de outono, um balaço de milicianos fascistas vitimou-o na Alameda
Central da capital andina, diante da sede do Partido Socialista. Seu
sepultamento converteu-se numa grande manifestação pública defensiva ante o
golpe de setembro que se prenunciava, com discursos emocionados de Miguel
Enriquez e demais dirigentes dos partidos democráticos. Há 40 anos, cem mil
pessoas foram à sua inumação em túmulo perpetuo do Cemitério Geral de Santiago,
para render homenagem àquele atrevido jovem do Colégio Julio de Castilhos de
Porto Alegre.
Acolhido
nos Andes pelo coração solidário e a mão generosa do povo chileno, pode Nilton
escapar às brutalidades que se cometiam no Brasil. Estudou, militou nas lutas
sociais, refez laços afetivos, cresceu como pessoa e aprendeu como estudante. O
vôo estético de seus poemas precoces não pode realizar-se, ceifada sua
juventude pela intolerância.
O
medo à cultura e à inteligência leva o fascismo ao crime. Parco poeta, Nilton
como cidadão está junto a gigantes como Pablo Neruda e Federico García Lorca.
Em P. Alegre, Cachoeira do Sul ou Santiago, os jacarandás sorriem por ele.
(Do
saite Generación80).
Poema de Óscar Aguilera.
Nilton Da Silva Rosa,
parece inconcebible
que hayan transcurrido
cuarenta años de tu muerte
cuando la sangre que perfora
tu cabeza aùn
sigue calle arriba desde San Martín
con Alameda hasta Macul.
Durante muchos años creìmos
que no tenias tumba
pero era un error de registro
en el cementerio.
El Jacaranda
que està frente a tu dormitorio
en el Pedagògico da flores violetas;
està enrejado
con una placa que tiene
tu nombre de poeta.
A veces venìa a acompañarte
una muchacha de ojos verdes
asesinada un 11 de septiembre.
Claudia Lòpez.
Santiago, 15 de junio de 2013.
Raul Ellwanger.
A verdade fará bem ao Brasil.
A verdade fará bem ao Brasil.
Raul Ellwanger
A VERDADE FAZ BEM AO BRASIL
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