sábado, 22 de junho de 2013

EMAIL RECEBIDO


MIRANTE DOS DIREITOS HUMANOS . XXXXVIII

 

 

ESPECIAL NILTON ROSA DA SILVA.

Um dia especial para os Direitos Humanos.

Muitas coincidencias !!!

Recordar um companheiro perdido na esteira do tempo é sempre doce e triste. Neste 15 de junho batem 40 anos do fuzilamento de um jovem brasileiro em Santiago do Chile. Sofremos e nos energizamos, dizendo:

! Presente !

! Presente !

! Presente !

 

Por volta de meio-dia, telefona desde Santiago do Chile o poeta Francisco Estevez, reunido com colegas e autoridades da U. de Chile justamente em frente ao jacarandá por eles plantado no pátio da Faculdade de Castelhano onde estudava Nilton. Ato histórico.

A partir das 12:30hs, assistimos na tv aberta brasileira ao especial "Exilados" de Boca Migotto, com a parábola pessoal de Pedro e Carlos Beust em busca de suas verdades estilhaçadas entre Suecia, Brasil e Chile. Uma sequencia emocionante frente... ao proprio jacarandá do antigo Instituto Pedagógico, produção da RBSTV. Canções escolhidas pontuando sutilmente o roteiro. Muita coincidencia, eu fico tolo !!!Acessar em


Abrindo a edição eletronica do Sul21 , temos um artigo excelente de Mauricio Brum sobre Nilton, com pesquisa detalhada entre Brasil e Chile, visita a locais, entrevistas com companheiros. Acessar em


Do outro lado dos Andes, materia minha traduzida para o saite Generación80 recorda a trajetoria de Nilton nos anos luminosos da Unidad Popular. Copio abaixo, reprodução liberada. Acessar em


Mais surpresas: do Uruguay escreve a amiga HB contando que na Facultad de Periodismo de Santiago durante a noite do velório de Nilton, cantou "Viola Enluarada" !!!

"POETA E MARTIR."

Raul Ellwanger, compositor.

Dois solidários poetas chilenos plantaram um jacarandá brasileiro na Avenida Macul de Santiago, em 2003. É comum que poetas amem a natureza, basta lembrar as amorosas declarações de Pablo Neruda dedicadas às florestas de sua chuvosa Temuco natal. Publicou também o poeta de Isla Negra deliciosas (em todo sentido) odes à Melancia e à Salsinha Verde, visto o conhecido culto do Sr. Reyes aos prazeres do garfo e do cálice.

O amor dos poetas santiaguinos Francisco Estevez e Oscar Aguilera tem mais a ver com os sentires do coração do que com os saberes da botânica. As lindas flores roxo-lilás que no mês de outubro alegram os ares e atapetam os jardins do Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, rebrotam para lembrar de outro poeta, o cachoeirense Nilton Rosa da Silva. Colegas e companheiros da Faculdade de Letras nos anos ’70, versejavam alegremente os três vates entre aulas tumultuadas, namoros delirantes, passeatas ferozes e fantasias revolucionarias nos anos sonhadores da Unidade Popular de Salvador Allende. Folhetos mimeografados plasmaram as poesias que o cuidado de alguns amigos preservou, mesmo com os descaminhos e perdas dos quartelaços e exilios.

No dia 15 de junho de 1973 o coração de Nilton da Silva se deteve. Em plena luz de um dia frio de outono, um balaço de milicianos fascistas vitimou-o na Alameda Central da capital andina, diante da sede do Partido Socialista. Seu sepultamento converteu-se numa grande manifestação pública defensiva ante o golpe de setembro que se prenunciava, com discursos emocionados de Miguel Enriquez e demais dirigentes dos partidos democráticos. Há 40 anos, cem mil pessoas foram à sua inumação em túmulo perpetuo do Cemitério Geral de Santiago, para render homenagem àquele atrevido jovem do Colégio Julio de Castilhos de Porto Alegre.

Acolhido nos Andes pelo coração solidário e a mão generosa do povo chileno, pode Nilton escapar às brutalidades que se cometiam no Brasil. Estudou, militou nas lutas sociais, refez laços afetivos, cresceu como pessoa e aprendeu como estudante. O vôo estético de seus poemas precoces não pode realizar-se, ceifada sua juventude pela intolerância.

O medo à cultura e à inteligência leva o fascismo ao crime. Parco poeta, Nilton como cidadão está junto a gigantes como Pablo Neruda e Federico García Lorca. Em P. Alegre, Cachoeira do Sul ou Santiago, os jacarandás sorriem por ele.

(Do saite Generación80).

Poema de Óscar Aguilera.

Nilton Da Silva Rosa,

parece inconcebible

que hayan transcurrido

cuarenta años de tu muerte

cuando la sangre que perfora

tu cabeza aùn

sigue calle arriba desde San Martín

con Alameda hasta Macul.

Durante muchos años creìmos

que no tenias tumba

pero era un error de registro

en el cementerio.

El Jacaranda

que està frente a tu dormitorio

en el Pedagògico da flores violetas;

està enrejado

con una placa que tiene

tu nombre de poeta.

A veces venìa a acompañarte

una muchacha de ojos verdes

asesinada un 11 de septiembre.

Claudia Lòpez.

Santiago, 15 de junio de 2013.

 

Raul Ellwanger.

A verdade fará bem ao Brasil.



Raul Ellwanger




A VERDADE FAZ BEM AO BRASIL




 

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