Zé Poesia: SOS FALA BRASIL

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S.O.S Fala Brasil! … A Pauta é Opinião: Fala, Bebeto Alves – A Cultura no RS…

S.O.S. Fala Brasil! Continuamos a receber vários depoimentos além de incentivos para seguirmos a Luta. O que resultou em um debate que está prosperando e claro, convidando para que diversas pessoas e artistas se manifestem em relação ao assunto: CULTURA

Abaixo divulgamos a Opinião do artista Bebeto Alves, que participou nas discussões no face do Jornalista Juarez Fonseca e que nos autorizou a publicação de seu comentário a respeito da Cultura em geral e das dificuldades que a classe está enfrentando atualmente.

Juarez Fonseca, também opinou e levantou questões importantes, inclusive publicado no post do blog, anterior a esta publicação.

As discussões e debates estão nos facebook e podem ser compartilhadas. 100% Cultura Participe!

De Bebeto Alves:

Pois é, é isso que venho falando há muito tempo, a bocca chiusa gaúcha: covardia, desinteresse, falta de espírito de luta, de conhecimento e muito mais.

Mas, apesar de vermos agora um movimento em torno das publicações culturais ou dedicadas à cultura e a produção artística fenecerem, o que antecede a isso é o que deve ser focado. O Rio Grande do Sul, por estar “longe demais das capitais, ou de um mercado, de uma indústria cultural”, se ressente da falta de políticas públicas, na administração pública, por serem, em um Estado com essas características, de relevância, de extrema importância.

Na verdade, quem disse que as pessoas que estão ocupando os cargos de secretários de cultura, tanto no poder municipal, quando no estadual, são pessoas que tem essa capacidade? O Governador Tarso Genro, foi irresponsável e arrogante quando colocou um grande nome da nossa cultura, como é o caso do Sr. Luiz Antonio Assis Brasil, para dar um peso político intelectual ao seu governo, sem pretender, sem querer, e por ignorar o que significa política cultural no âmbito da administração pública. A administração da cultura no Governo do Estado é covarde, pois traz essas questões como uma discussão interminável de interpretação e conceito, sem interagir e agir no meio da produção cultural, na verdade se isenta e se ausenta, pois tem como discurso um horizonte político oriundo das fileiras do Ex-Ministro da Cultura e atual Secretário de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, que se indispõe enormemente com uma grande parcela dos artistas e produtores culturais brasileiros, por suas associações com grupos ou ideias que tem claramente interesses que não os do desenvolvimento da cultura, ou da produção estética. Inimigos. O governo, gaúcho como um todo, tem interesse em que, nesse caso? Tem verba para a cultura? Apoia exatamente o quê? Cadê? Cadê os projetos para as áreas artísticas? Cadê o IEM? Cadê? Cadê? O Sr. Jacoby, no âmbito municipal, sem desprezar a história individual de cada um desses cidadãos, tem a capacidade de levar adiante um projeto político para a cultura, no município? Tudo não passa de acertos políticos, distribuição de cargos. E, nesse sentido, desprezo o toma lá dá cá político do Prefeito Fortunati. O Sr. Gov. Tarso Genro apostou na imagem e no caráter sem máculas do Sr. Luiz Antonio Assis Brasil, um intelectual consagrado, mas que não quer e não diz nada, ele está alheio, longe, das necessidades que atingem a área da cultura. O PT, brincou, transformou as questões da cultura, que é uma singularidade em cada um dos estados da Federação, em formas de embate político e que fez valer em arrogância: cultura digital, pontos de cultura, cultura urbana e periférica, tudo a favor de um coletivo duvidoso, sem cara, mas com uma fome de verbas, muito grande. A cultura se tornou política social, é isso. A arte, o pensamento, a reflexão, o desenvolvimento através do conhecimento, os projetos artísticos para áreas específicas, não existem. Os artistas são elitistas, vagabundos e preguiçosos, não merecem um olhar mais acurado sobre a produção estética e um investimento público. E o pior, assistindo o que estamos assistindo, quase que concordo. E como eu disse há muito tempo atrás, Porto Alegre se tornou a maior cidade do interior gaúcho, só que tem cidades no interior muito melhores. É isso o que acontece. Eu fico muito puto por ter ocupado um cargo em uma instituição do MINC, a Funarte, como muitos sabem, e ver, durante esse ano e meio que estava lá, artistas, intelectuais e produtores de todo o Brasil cobrarem forte e pesado das instituições de cultura, do governo, sem dar moleza, da forma mais dura, de dedo em riste e aos gritos, cobrando de todos nós, mais respeito, políticas substanciais, projetos, dinheiro, investimento, fazendo valer a cidadania e seus direitos. Aqui no sul? Ahhhh... Ninguém sabe de nada, se fala à boca pequena. Já ouvi um: ah, eu não vou me queimar. É o fim da picada. Vamos morrer por boa educação, gentileza, panos quentes e quiprocós, barrocamente.

Saudações.

Abaixo algumas lembranças no Fala Brasil! lá pelos anos 2001/02/03 ... Memoráveis realizações que tivemos o privilégio de cobrir e divulgar... JUNTOS, Somamos Muitos!