terça-feira, 7 de maio de 2013

RUTH SCHNEIDER - SAUDADES



De 8 a 17 de maio no Paço dos Açorianos, sede da Prefeitura de Porto Alegre, estará exposta uma obra da Pinacoteca Aldo Locatelli assinada pela artista Ruth Schneider. Nascida em Passo Fundo - cidade que abriga um museu em sua homenagem - a pintora, gravadora e desenhista, que completaria 70 anos neste mês, participou em importantes mostras no Rio Grande do Sul e em diversas capitais brasileiras, além de ter sido selecionada em 1991 para a XIX Bienal Internacional de São Paulo.


EXPOSIÇÃO RUTH SCHNEIDER - SAUDADES
De 8 a 17 de maio de 2013
Segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h 30min às 18h
Paço dos Açorianos - Praça Montevidéu, 10 – Centro Histórico – Porto Alegre
Doação Renato Rosa
 
                     Ruth  Schneider
                                   Saudades
 
Há setenta anos atrás, nascia em Passo Fundo uma dessas vocações de gosto e artificio expressionistas que só a arte nos faz saborear. E se impõe com a mesma impetuosidade de um furacão na singeleza de um fabulário artístico e memorial, do broto dessa artista, Ruth Schneider, que já nos anos 80 iria satirizar contagiantes alegrias e sonhos... Com simplicidade e conhecimento pictórico, Ruth pintou o mundo, seu, de memória e passado, e de quem difama, ou quem viveu na lama do jogo e da boêmia. Vitrine do sexo. Rua de rufiões e gigolôs argentinos que habitavam seus sonhos de menina e mulher. Das Histórias contadas por sua vó Ida! De cabarés! e o "CASSINO DA MAROCA". Que assim tornaram-se reais para seus pais, Canhotinho e Nina, um casal quase naif na memória da artista a colar a vida de almanaque e quadrinhos reveladores das suas lembranças. Falar de Ruth é transportar para a tela sua vida projetada para os caricatos personagens desse Cassino, onde ela se insere também. Com seu bordel - cordel que cantam cores únicas de luz  ingênuas e dissimuladas, patéticas e obsessivas, pela ternura pura de intimidades carnais e, apaixonadas por nossas vergonhas, em meio aos burburinhos dos arredores das mesas de canto, boleros, chorinhos e canções de Noel e Lupicínio, prá dizer ao mundo que viveu sempre com "saudades" do que sempre quiz viver... Ruth teve uma carreira artística brilhante e premiadíssima que culminou com sucesso na Bienal de São Paulo em 1991, e várias exposições no exterior. Atualmente o Museu de Passo Fundo leva seu nome. E mantém seu mundo de personagens e artista, vivos, na tela, passando devagarinho no tempo. Como um relógio tiquetaqueando para trás...  Até nascer de novo, lá em maio de 1943.
 
Zé Augustho Marques

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