INGERIMOS MUITA
PORCARIA
Outro dia estive
pensando: – Onde anda o Laboratório Bromatológico do Rio de Janeiro?
Será que ainda existe essa coisa?
Ainda
bicho miúdo, no matinho do Camará, minha leitura predileta eram bulas de
remédio e rótulos de produtos domésticos. Aí, neste rol, iam também os
comestíveis.
Três
marcas mineiras de manteiga eram as que constantemente visitavam a mesa de
minha mãe: Lírio, Itacolomy e Patrícia. A velha minha mãe
ficava tiririca, quando as compras, em Baturité ou Redenção, não incluíam o
item da última citada manteiga.
Até
que ela se conformava com a tal Itacolomy, mas com a marca Lírio
nem pensar. Achava ser coisa “de carregação”, e não era. Boa marca, também.
No
rótulo das três marcas, lá estava o dizer: Produto examinado pelo
Laboratório Bromatológico do Rio de Janeiro. Dou um doce a quem me disser
que ainda existe este um e está safrejando o talzinho laboratório.
O
que sei é que, hoje, ingerimos é muita porcaria. Imaginem se eu vou enumerar os
trecos encontrados dentro de produtos ditos de linha, produzidos até por
geringonças transnacionais.
Sou
nem doido, que as multinacionais me processam e não tenho vil metal para me
defender e gritar: – Vocês estão é a produzir porcarias e a nos botar nas
prateleiras dos supermercados.
Já
foi encontrado de um tudo dentro de pães, biscoitos, dietéticos, latas de leite
ou sardinha, geleia, iogurte, doce, o diabo a quatro. E quem fiscaliza a água
ditamineral, mas mesmo da torneira, cheia de amebas e giárdias? E quem, do
poder público, vai dar uma olhadinha na pocilga de muitos restaurantes?
O
pior, agora mesmo, agorinha, enquanto rabisco estas mal traçadas, ocorre com
uma marca famosa de sucos, droga que mexe com soja e tudo o mais.
Vou
é apostrofar contra os capetas da indústria de comestíveis que não se cuidam
nem dos consumidores se importam. E parece mesmo que não há mais cuidados com a
parte sanitária, neste País. Higiene às favas.
Até
multinacionais enlatam porcarias e nós, o povão, comemos tudo de virar a perna,
sem a higiene necessária. Claro que existem as exceções, mas como vou saber que
biscoito tal ou vinho qual não são portadores de uma meleca?
Por
favor, filho de Deus, me diga onde repousa algum laboratório estadual e/ou
municipal que fiscaliza as porcarias enlatadas que passamos para o lado de
dentro, nesta imensa pátria brasileira.
Você,
aí, se sentiria confortável, se, depois de ingerir um copázio de suco,
soubesse, por um desses inexistentes laboratórios, que a coisa ruim que você
ingeriu estava contaminada por detergente?
Lá
atrás, sine diem, uma moça achou um prego em um frasco de azeitonas,
outro indivíduo deu com um grampo de cabelo numa daquelas pizzas pré-moldadas
que botam à venda nos mercantis.
Vade
retro,
pois qualquer dia quem está isento de bater de frente com a Serra da Canastra,
lá dentro de algum chocolate de marca?
Aqui
é dia do padroeiro do Estado, São José, um feriado, portanto, e o povo nem olha
direito naquilo que leva ao bandulho.
Problema
sanitário, e da alçada geral, meu caro Zé Poesia!
Fort.,
19/03/2013.
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