Num desses dias por aí de abril, eu ouvi e vi, uma falácia de retórica, dessas bem urdidas, pela falta de intelecto e de conhecimento, de um apresentador de TV Global, que dizia que João Guimarães Rosa sofreu grande influência do autor de "Ulisses" - James Augustine Joyce. Ora da hora, pelo simples fato que os dois escritores procederam em seus romances uma reelaboração linguística e foneticográficas como em Grande Sertão Veredas, do nosso inigualável Guimarães, também encontrada em Ulisses. Quem leu "Ulisses" e "Grande Sertão Veredas", sabe ou desconfia que não é preciso ser letrado ou literato para entender que a ficção de Joyce indefine-se sobretudo do realismo de Ibsen, um de seus ídolos, como de contrário está na marca literal de Ulisses, antiartesanal e erudita, antítese da visão que fez Guimarães Rosa colocar em seu texto uma lente de grau avançada para curar a miopia histórica dos que regionalizavam o futuro da literatura no Brasil e no mundo. Só há conclusão, salvo meu cientificismo anarquista antiaburguesado, que ainda nos dias de hoje, existem críticos e letrados viciadamente colonizados pelos fáceis resumos do Dr.Google! Que coisa! Pois quase que descompletado das vírgulas do saudoso Saramago e, dos pontos de interrogação que me ferem todas as suscetibilidades de confusão e desordem, diante do exposto, cito-lhes um verso do poema maravilhoso de Affonso Romano de Sant'Anna, meu amigo e colunista do nosso "Fala Brasil" e, um dos meus poetas prediletos nesse país que pergunta há muito, para si e para seus desletrados: - "Que país é este?" E por fim, também já íntimo deste "Rainer Maria Rilke e Eu", me tenho humilde valor permissionário pela sagração desses versos: ... " e sair com um saltério bíblico dançando na praça como um louco David"... Lutando contra os novos Golias geométricamente colocados na "telinha" da intelectualidade desletrada.
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