sábado, 14 de fevereiro de 2015

DOLORISMO CULTURAL



 

Começo por este termo criado por Paul Souday que quer dizer, a teoria da utilidade, da necessidade, da excelência da dor filosófica em que estamos mergulhados. Com seu caráter ilegítimo e ilusório, assim como ao criticismo dessa dor espontânea e não solidária, está seu dogmatismo de não duvidar da realidade atual e involuntáriamente escolhida; determinando assim nova ordem intelectual. Hoje a intelectualidade brasileira, trata seus fins em si, além de seus umbigos despojados por piercings de domínio metafísico e que duvida da própria dúvida. Sou ou não sou invencível? Sou triste pela dor que sinto ou sou dolorido por esta tristeza que sinto? Pois quero chamar a atenção para esse dualismo social e político corrompedor da evolução humana e do pensamento. Nossos intelectuais estão comprometidos, com raríssimas excessões, e uma delas é o filósofo Pondè, com as coisas do poder e suas dúvidas pseudodemocráticas de comunicação duvidosa. Temo pela enunciação contraditória dos facebook's sempre duvidosos em que se intrometem! O tempo é uma medida de duração do pensamento! Parece que vivemos uma paranóia genéticodigital e intelectofobias na tecla revolucionista do pensamento... A ordem de "atenção", está invertida e indica que dúvida, hoje, é perturbação mental. E em arte, para nossos artistas, ruminação de problemas metafísicos! A classe intelectual e artística está sendo jogada aos micróbios dessa ausência do pensamento e ao teatro midiático do escrúpulo de cestas básicas culposas... Sem a intenção de matar, com bêbadas atitudes de se denunciar no bafômetro das rebeldias... A síndrome da ausência de dor ou "dolorismo intelectual" está avançando perigosamente o sinal; pois sem as  funções do juízo e da vontade não se faz resistência! Acordar não é o mesmo que concordar...

Zé Augustho Marques

 

Comentário de João Gomes da Silveira:

Boa noite, caro filósofo.

Pelo afiado, contundente texto que acabo de ler, sem favor nenhum, aos seus dons de poeta e crítico de Artes também já lhe podemos acrescentar mais este qualificativo: filósofo.

Com língua de fogo, eis crítica mordaz à intelectualidade da qual o próprio amigo Zé Poesia, com muitos méritos, é parte integrante.

Bicho miúdo, que sou, só o mero cidadão do povo, leigo em tudo das profundezas mentais aí dissertadas, Deus me livre de retirar-lhe uma vírgula ou meter a colher na sapiência do seu belíssimo e escorreito ensaio.

Parabéns, hombre, o nosso mais surpreendente crítico - também - da filosofia social, e com bastante erudição.

Abraço, um carnaval de muita paz, ao lado dos seus familiares, poeta maior.

JG

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