quinta-feira, 17 de julho de 2014

Maguila

 

 
 
 
 
A DEMÊNCIA DO BOXEADOR [516]
por João Gomes da Silveira
Ídolo, ontem, tigre e grande atleta,
no boxe pelo público aclamado;
hoje, num leito de hospital vegeta
o ex-campeão, enfim, nocauteado.
Pelos ossos do ofício esclerosado,
inda varão Maguila sai da reta;
primeiro, pelos golpes machucado,
depois já pelo Alzheimer que o deleta.
Na vida ativa, fora o combatente,
senão perfeito, mas de tantas glórias;
no ringue, o bravo, o baita vencedor.
Do velho ás, agora tão doente,
sequer ninguém relembra das vitórias
– e o solitário fina-se, em torpor.
Fort., 16/07/2014.
 




sequer ninguém relembra das vitórias

– e o solitário fina-se, em torpor.
 
Fort., 16/07/2014.

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