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Caderno de Sábado 14-junho
TEXTO
CRAQUES INESQUECÍVEIS
DA CULTURA HOLANDESA
A Holanda é uma grande potência mundial nos campos do
futebol, das artes e da cultura. A variada arte-clássica e contemporânea de
seus museus, nos leva a crer que seu povo exerce um fascínio por sua história,
especialmente exposta pelos séculos XVI até XVIII. A maior coleção de arte do
mundo de Piet Mondrian está viva num histórico prédio Art Decot em Haia. Na
arquitetura existe um antiquíssimo relacionamento de seu povo com as linhas
marcantes e de beleza polioculares. Incapaz de olhar circularmente para dentro
de si; esse país deixa para o mundo um espaço entre aberto de onze molduras
para grandes craques de sua cultura, presente como legado artístico que começa
com o genial Rembrandt van Rijn que nasceu em 15.07.1606 em Leida e morre em
Amsterdã em 04.10.1669. Considerado por muitos mestres das belas artes, como o
maior artista plástico de todos os tempos e o mais importante da história
holandesa. Surgiu no período do "século de ouro dos Países Baixos",
onde a ciência e a cultura atingiram seu ápice. Chamado de "profeta da
civilização’, foi professor de quase todos os importantes pintores holandeses.
Conhecedor exímio da iconografia europeia, mestre da luz, e composição
perfeccionista em seus autorretratos e retratos, poetizou a vida social de seu
tempo. Na segunda moldura colocamos Johannes Vermeer,"o mestre da
luz", quase fotorrealista e inequívoco ao detalhe, que nasceu em Delft em
31.10.1632 e morreu muito pobre em 15.12.1675. Sua grandiosidade como pintor só
foi reconhecida em 1866 pelo historiador de arte Theóphile Thoré. Vermeer pintou
(+-) 70 trabalhos, o suficiente para mostrar ao mundo sua genialidade com as
cores lápis lazúli e amarelo indiano, além de utilizar-se das técnicas de
espelhos curvos, câmara escura e clara. Pintou a famosa tela "Moça com
Brinco de Pérola”. Na terceira moldura de craque está Vincent Van Gogh que
nasceu em 30.03.1853 em Zundert, Países Baixos e que foi celestial na pintura
de suas obras e infausto em sua vida. Entre 1886 e 1887 matricula-se na École
des Art Beaux da Antuérpia e conhece
Paul Gauguin com quem irá morar em 1888 e manter uma amizade quase
esquizofrênica culminada com uma briga sombria, onde o seu sentimento de culpa
o levará a cortar a própria orelha com uma navalha e a enviará a Raquel, uma
prostituta com quem mantinha relações de amizade e prazer... Após duas semanas
voltará a “casa amarela” e pintará seu famoso autorretrato com a orelha
cortada. À partir daí suas pinceladas mudariam conforme sua mudança psicológica,
trocando as pontilhadas por pequenas e nervosas, mas que continuariam solares
de amarelos e calor. O vício pelo absintho vai acusar sintomas graves de
paranoia e passará a viver em hospital psiquiátrico até maio 1890. Muda-se
então para perto de Paris e do irmão Théo com quem intensifica suas “célebres
cartas” e convívio. Passa a tratar-se com o Dr. Gachet a quem pintou. Em
27.07.1890 depois de obsessivas semanas pintando, uma tela por dia em média,
Vincent dispara um tiro contra seu peito, morrendo dois dias depois nos braços
de Théo onde declara: “A tristeza durará para sempre”... Tristeza que em parte,
acompanha a vida de nosso quarto craque na moldura da filosofia: Baruch de
Espinoza. Nascido em 24.11.1632 em Amsterdã, foi grande pensador da escola
racionalista. Descendente de judeus, aprendeu a língua hebraica, mas suas
ideias consideradas nocivas pelos teólogos da época lhe renderam a pecha de
blasfemador. Afastado pela sinagoga de Amsterdã, foi deserdado pela família e
sobreviveu polindo lentes para lunetas. Viveu boa parte da vida no ostracismo e
só no século XX seu criticismo bíblico moderno ganharia reconhecimento e fama.
Seu livro “Tratado Teólogo-Político” foi publicado anonimamente. Morreu
tuberculoso em 21.02.1677 em Haia. Na quinta moldura o poeta e crítico Martinus
Nijhoff nascido em 20.04.1894 em Haia está como craque romântico de várias
revistas literárias e livros e, vai durante seu esplendor poético driblar
sentimentos de isolamento descontrolados, suicídio espiritual e demoníaco,
coloquialismos de extremo virtuosismo e forma gramatical, levando-o ao pedestal
dos mais importantes poetas do século XX na Europa. Morre em 26-01-1953. O craque nº6, Franz Post, chega ao Brasil em 1637
com a comitiva do Conde Maurício de Nassau e pinta os primeiros registros da
paisagem do Recife e os costumes do Brasil Colonial. Nascido em Leida em
01-06-1612 e falecido em Harlem em 1680.E O Camisa 7 é Lawrence Alma Tadema,
nascido em Dronrijp em 08-01-1836 e falecido em Wiesbaden 25-06-1912. Pintor clássico, se tornou famoso por
descrições de luxo e decadência do Império Romano. Mestre de figuras lânguidas
e dos interiores marmoreados de azul-mar-mediterrâneo, Alma-Tadema foi
pesquisador incansável do tema “Merovíngeos” e cenas egípcias. Na 8ª moldura
está o mestre da plasticidade fantástica: Jheronimus Bosch, que nasceu em 1450
em Hertogen Bosch e morre em 09.08.1516(...) O nome verdadeiro era J.van Aken,
perseguido pela Inquisição por dedicar-se às ciências ocultas. Refinado
desenhista e colorista, criou composições incrivelmente fantásticas e
dramáticas com tonalidades que fremiam sátiras da alma e moral humana medieval.
Influenciou o surrealismo de Max Ernst e Dali. O nº9 é Pieter Bruegel que nasce
em 1525 em Breda. Pintor, escultor, decorador de vitrais e arquiteto, foi um
dos mais representativos artistas flamengos do período cinquecento do
Renascimento. Em 1555 passa a dedicar-se a temas satíricos e moralistas
influenciado por Bosch. Morre no auge de sua produtividade artística em
09.09.1569. O craque camisa 10, vem na moldura como maestro desse time: André
Rieu, regendo harmonias clássicas, eruditas e populares com seu violino sob os
holofotes da poética de holters. Nasceu em 01-l0-1949 em Maastrich. Completando
o time vem Theodorus van Gogh, nascido em Haia em 23-07-57. Cineasta de postura
crítica e instigante, bisneto de Théo( irmão de Van Gogh) recebeu o OSCAR
holandes do cinema em 1997 com o filme ”No interesse do estado”. Sua última
película, “Submissão”, faz críticas severas ao Islã, denunciando a realidade da
mulher islâmica, submetida a todo o tipo de violência e incesto. Na estreia em
2004, recebe ameaças de morte, que se confirma em 02.11 do mesmo ano.
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