quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

FORA DE ESTAÇÃO


Não quero perder o sentido da vida e nem tampouco me expor a futilidade de um totemísmo bíblico de Facebook's...

Quero o espaço regressivo de uma Ferrari onde eu me sinta numa carroça carregada de trigo e milho para fazer o pão.

Quero poder sinalizar que não quero ter duplex, triplex e nem jantares no Fasano do faz de conta que a conta não dá para apagar meu envelhecimento.

Quero descontruir as dores contemporâneas e modernas e, como Picasso pintar uma lágrima cúbica que apenas chora de paixão...

Quero estar na estação avançada do indescartável e pelo menos uma vez me surpreender com alguém que chora de fome; de sede; de abandono...

Quero ser frágil comigo mesmo.

 

Zé Augustho Marques

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