sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Um Tango


Um Tango
(Arthur / Maurício Pereira)
 
A primeira vez
Que o homem pisou na lua
Já foi pulando
Sorriso maroto
Sob o capacete
Fazia contente
Manobras de skate.
 
É a primeira vez
Que eu danço no ar
E danço tangos
Giramos eu e você
Pra quase desfalecer
 
É a primeira vez
Que eu falo espanhol
Em muitos anos
E tenho que caprichar
A lábia é pra te agradar
 
É a primeira vez
Que eu só vejo você
Em todo canto
Segundo meu oculista
Não há problemas à vista
 
É a primeira vez
Que você me pendura em suas tranças
E sai balançando
Que nem chapéu mexicano
Em parque de diversão
 
 Do CD "Música pra Bater Pezinho", da Arthur de Faria & Seu Conjunto.

sábado, 25 de janeiro de 2014

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

BEIJOS DE MUDANÇA

QUANTOS MAIS BEIJOS DA MORTE

BEIJADOS DE SUL A NORTE

COM GOSTO DE FOGO E CORTE

ESPALHADOS PELOS TEMPORAIS DE VERGONHA

E PROTEGIDOS POR ALGUNS HERÓIS

A TODA SORTE...

QUANTOS MAIS BEIJOS EM FOTOGRAFIAS

LEMBRANÇAS DA JUSTIÇA ÀS REVELIAS

QUE SEGUE CEGA E VENDADA

POR PURA PREGUIÇA

JÁ CHEIRANDO E FEDENDO A CARNIÇA

E OS PADRES VÃO REZAR SUAS AUTOPIEDADES

NESSA TRISTETRÁGICA PRIMEIRA MISSA

DE UM ANO DE SOFRIMENTO ALÉM E AQUÉM

DAS RESPOSTAS DE UM POVO E PARA UMA NAÇÃO

QUE SÓ VAI MUDAR ESSE MUNDO

NOS TÚMULOS ABERTOS DE UMA NOVA ELEIÇÃO.............

ÁRVORE...

foto Ieda Cabrera
 
 
 
 
A ÁRVORE DOS POEMAS


 Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Seus galhos se contorcem todos como mãos de enterrados vivos,
Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus!
E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas retirantes...
De vez em quando uma tomba, exausta à beira do caminho,
Porque ninguém lhe chega ao lábio o frescor de cântaro,
a doçura de fruto que poderia haver num poema
...Maldita a geração sem poetas que deixa as almas seguirem
seguirem como animais em estúpida migração!
Quando a árvore dos poemas não dá poemas,
Qual será o destino das almas?

______ Mario Quintana - Baú de Espantos
Ver mais
 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

NEW'S BONDE ROLÉ


A sentar-se no banco do cinema, na parte da frente, pipoca sem dente, olhar de floral a conta gotas que não chega, coisa que não é nada, se aluga ou empresta ao SUS sua vaga que não chega, que nem o homem do lado que se cospe, ao repasso das dores, onde o amor se prepara na janela do outro, passageiro de filme de coisa a dois, tiro e culpa, assalto de maõs atadas, direitos humanos recuspidos e, enlatados gays pendurados, no condomínio das muitas rodas de borracha sem freio e pressas, depositadas na conta do perito, próximo ao IML sem seguro nem nada, vãs e vãns, da fé nos trilhos retirados das ruas, ao passo das fés de olarias com bocejos enlatados pela chegada ao fim da linha das leis para pobres, como larvas ou sardinhas para terminar num rolézinho, de mais um shopping proibitivo...

 

Zé Augustho Marques

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ESCULHÃOBAÇÃO ESCROTADA

OBRAS PÚBLICAS SEM CONTROLE

VERBAS RELOCADAS EM DESCONTROLE

CONTROLE OU CONTRÔLE

COMO SE FAZ OU COMO SE DIZ

O QUE IMPORTA É QUE A MERDA DESCONTROLADA

DA CORRUPÇÃO E IRMÃ DA ESCULHAMBAÇÃO

OU É ESCULHÃOBAÇÃO ....................

JÁ NÃO SEI SE É CALOR OU FALTA DE LUZ E ÁGUA

O QUE VEM ATRÁS DO QUE VEM DEPOIS DA MERDA

ACALORADA DO BRASIL DE VERÃO................

Entrevista




Entrevista com Bauman sobre a fluidez de identidade contemporânea
 
 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Vincent Van Gogh


«Vincent van Gogh pintava sempre as árvores tão grandes que elas iam além das estrelas. As estrelas eram pequenas, o Sol e a Lua eram pequenos e as árvores... eram imensas... Alguém lhe perguntou: Você é maluco? Por que nunca pára de pintar árvores tão grandes? A estrela mais longínqua fica a milhões e milhões de anos-luz e as suas árvores vão sempre além das estrelas! Que maluquice é essa?

E Van Gogh riu e disse: Eu sei! Mas sei de outra coisa também, da qual você não se dá conta. As árvores são os anseios da terra para transcender as estrelas. Eu estou pintando os anseios, não as árvores. Estou mais preocupado com a fonte, não com o objectivo. É irrelevante se elas alcançam as estrelas ou não. Eu pertenço à terra, sou parte dela e compreendo o anseio da terra. Esse é o anseio da terra expresso através das árvores — ir além das estrelas.»

Ler mais:
http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=2109

Publicado por Fidelizarte Lda

Imagem: Van Gogh

 


 
 

domingo, 19 de janeiro de 2014

19 de Janeiro...


 
 
fotos Zé Augustho

Opinião compartilhada

É raro, raríssimo a tomada de posição quanto ao lixo que tentam nos impingir como arte. O que vimos, via de regra são herdeiros bastardos de Marcel Duchamp e do seu ready made, que passado quase um século, "xeroqueiam" suas idéias, já nem tão originais lá no início do sec. XX. Aqui no Brasil, só lembro de Danúbio Gonçalves, Afonso Romano de Santana, Gustavo Nakle e Zé Augustho Marques como pensadores e artistas alinhados contra o vazio da "arte contemporânea". Eu, pelo menos estou cansado dos coladores de barbante com chiclete.
Passarei a seguir esta corajosa e inteligente crítica de arte. Bravo!
 
 
 

E mail

 
 
Queridos Amigos, que noite maravilhosa foi, um Espetáculo da Melhor Qualidade, com excelente Repertório, daqueles que não dá vontade de ir embora. Estou muito honrada e feliz, com o gentil Convite da IZABEL L’ARYAN e por ter sido acompanhada por essa Banda maravilhosa. Músicos Talentosos que deram uma roupagem nova ao JE NE REGRETTE RIEN. Ser cumprimentada e escutar as pessoas dizendo que as deixei arrepiada e acharem excelente o meu francês, foi TUDO DE BOM!!! Agradeço a Mestra e talentosa Musicista JANETE CECIN, que fez o arranjo e toca teclado e acordeón, no meu CD GRAÇA GATA, MON DIEU, de minha Autoria.  Grata pelas gentis publicações. Eles gravaram o Espetáculo, quando receber ,   Vocês poderão comprovar o que aqui falo. Só vendo  é que podemos julgar e avaliar bem. Sucesso sempre!!! Bjs

Rolézinho


O BESTEIROL
por João Gomes da Silveira


O besteirol, no País,
toma as redes sociais,
volta ao que vem lá de antes,
com certos gajos amantes
de bobagens triviais.


Pois a onda ganha espaços,
à imprensa traz discussões;
notáveis especialistas
mostram do rolé conquistas
com o gás das revoluções.


E aí se aventam racismo,
contra pobres preconceito,
temas os mais variados;
mas, sem um norte, coitados,
jovens não agem direito.


Besteira e maior burrice
do que rolé, relezinho,
a gente busca e não acha,
porque besteira sem graça
é do bem ir de fininho.


Sair dos meus afazeres,
ir a shoppings pra flanar,
isto é de salão piada
de boba rapaziada
que não tem do que troçar.


Trocem na praça, rapazes!
Meninas, pés são nas ruas!
Nestas há cheiro de povo,
que arrastões podem, de novo,
suscitar encrencas suas.


Shopping não é, nem de longe,
arena para protestos,
posto que casa sem rédea,
onde a pobre classe média
vai deixar tostões modestos.


No mais, o tal rolezinho
é coisa sem ter nem pingos
do mínimo de bom senso,
modismo no qual, eu penso,
tem dedo sujo dos gringos.


Fort., 19/01/2014.

 

sábado, 18 de janeiro de 2014

A morte do Poeta

Porto Alegre, 18 de Janeiro de 2014

A morte do poeta

Postado por Juremir  Machado
 
 
Quando morre o poeta algo se cala. Mas o quê? A alma? O imaginário? A lua? Morreu Juan Gelman, poeta argentino, que vivia há 20 anos no México. Morreu Juan Gelman, o poeta que enfrentou a ditadura, teve o filho e a nora sequestrados e uma neta, nascida durante o regime militar, desaparecida, depois, felizmente, encontrada pelo avô. Morreu o poeta que ganhou o prêmio Cervantes em 2007. Morreu o homem que escreveu “Debaixo da chuva alheia” e foi condenado à morte, como observou o jornalista Clóvis Rossi, por militares e guerrilheiros.
Quando morre o grande poeta algo se cala. O quê? A massa que o desconhece, a cidade que o ignora, a época que despreza a poesia, a cultura que só vive de mercadorias. Morreu o poeta que disse: “Claro que morrerei e hão de levar-me/em ossos ou cinzas/
e dirão palavras e cinzas/e eu hei de morrer totalmente”. Pode um poeta morrer totalmente? A morte total já não é a morte da poesia e o silêncio sobre a morte do poeta?
A poesia é como a chuva, ou pior do que ela, talvez melhor, um incômodo tornado invisível, que Gelman soube capturar: “Hoje chove muito, muito,/dir-se-ia que estão a lavar o mundo./O meu vizinho do lado vê a chuva/e pensa em escrever uma carta de amor/uma carta à mulher com quem vive/e lhe faz a comida e lava a roupa e faz amor com ele”. Essa forma de poesia tão cotidiana é paradoxalmente expulsa do cotidiano. Quem a lê? Quem a cita? Por que a poesia foi expulsa da cidade? Por que ser poeta arranca sorrisos nos cantos das bocas e uma espécie de pena?
Quando morre o poeta ele vive por alguns segundos, o tempo de um necrológio: “Por isso o meu vizinho tem/tempestades na boca/palavras que naufragam/palavras que não sabem que há sol porque nascem e morrem na/
mesma noite em que ele amou/e deixam cartas no pensamento/que ele nunca escreverá/como o silêncio que existe entre duas rosas”. Quando morre o poeta desaparecem um pouco mais os seres capazes de falar do “silêncio entre duas rosas”. Aí restam os cronistas anacrônicos, anacoretas, androides, anencéfalos, como eu, para chorá-los a distância, sabendo que o poeta pode morrer de novo antes do fim de uma crônica, se o leitor abandonar o texto, entediado, para falar de um assalto.
Quando morre o poeta nada acontece. O máximo que um grande poeta pode esperar é que, um dia, alguém, um vândalo, suje a sua estátua. A poesia é a gastura da palavras, a consumição do verbo, essa coisa que não termina em gol nem em pódio. Quando morre o poeta, aos 83 anos, carregam um velho num caixão e dizem sobre ele algumas palavras que se transformarão logo em cinzas, até serem lavadas pela chuva e esquecidas pelo vizinho às voltas com o que dizer para a mulher que ainda o ama.
Gelman foi grande. O que é ser grande num mundo pequeno no qual a poesia já não cabe a não ser como uma rugosidade, essa estranheza do ser? Entrar numa manchete? A Argentina decretou três dias de luto por seu poeta morto. A chuva perdeu o seu melhor intérprete. Haverá por alguns minutos talvez um novo silêncio entre as rosas.
 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

SUPLICIO CULTURAL QUE VALE

O VALE VALE CULTURA JÁ PASSOU DE SER PIADA

PARA VIRAR PIEDADE...............

POIS NO PARANÁ JÁ É DISTRIBUIDO SEM O CONHECIMENTO

DO GOVERNO DA MARTA SUPLICIO...............

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Exposição do acervo da Galeria Duque

Obra de Ruth Schneider

Tapeçaria de Vasco Prado

Pintura de Heitor dos Prazeres

Cerâmicas de Cho Dorneles

Artistas com a escultura "Consagração do Pampa
segundo Marc Chagall" de Mário Cladera

Mônica Kabregu e Zé Augustho

Zé Augustho e Mário Cladera autor da obra

Mário Cladera

Mário Cladera e Zorávia Betiol

Nakle, Zé Augustho, Maia e Mário
 
fotos Ieda Cabrera

Esculturas de Cho Dorneles
(foto do autor)

Os Hereditários

OS HEREDITÁRIOS* [476]
                           por João Gomes da Silveira

Um mandarim se alinha às senhorias:
do muito que tem vez, em cada canto,
o pulha impera e rouba aquele tanto
que locupleta as grandes confrarias.
 
O herdeiro do chefão se faz um santo,
assume pastas, planta-se às chefias.
Então, que nem dos pais segundas vias,
eles se elegem, sem nenhum encanto.
 
Do povo os pais da pátria travestidos,
com mão de gato em cada território,
papam milhões do Erário bem nutridos.
 
Eis a casta que sempre tem mandatos
e dos poderes todos faz cartório,
onde os bichanos são os próprios ratos.
 
Fort., 16/01/2014.
 
________
(*) Qualquer verossimilhança com o nepotismo
reinante nesta “pátria de chuteiras”, no Maranhão
e demais Estados, digo como disse João
 Pessoa: N.E.G.O.

sábado, 11 de janeiro de 2014

SONETO...

Soneto a quatro mãos

 
His_old_wedding_hat-specenlayh

Soneto a quatro mãos

 
Tudo de amor que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
 
Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
 
Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
 
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
 
Vinícius de Moraes e Paulo Mendes Campos
 
Pintura: Charles Spencelayh (Inglaterra, 1865 - 1958)
 
 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

LÁ NO MARANHÃO..........

DESCONDIZENTE TOTALMENTE COM A REALIDADE DAS COISAS

A SARNEYZINHA GOVERNADORA DO MARANHÃO, DISSE QUE

O AUMENTO DA VIOLÊNCIA NOS PRESÍDIOS DE SEU ESTADO,

DEVE-SE A MELHORA DA RENDA ACENTUADA DA POPULAÇÃO...........

AGORA O POVO INCENDEIA TUDO E QUEBRA TUDO POR ESTAR MAIS RICO!

QUE ESPETÁCULO ESPETACULISTA MAIS QUE ESPETACULÓIDICO RACIOCÍNIO....

BRASIL MOSTRA A TUA CARA, PELO AMOR DE DEUS E O DIABO.

Duas Esculturas

 
Busto para marimbondos...

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Escultura

Escultor Chinês Passa 4 Anos Esculpindo em Madeira
 
 
01
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 01
A beleza de tirar o fôlego de seu trabalho simplesmente não pode ser expressada em palavras, você deve ver por si mesmo. Como é possível imaginar, Zheng Chunhui precisou de uma montanha de paciência para completar a sua obra-prima de madeira que exibe barcos, pontes, edifícios e mais de 550 pessoas esculpidas individualmente.
 
 
A China tem uma longa tradição em esculturas de madeira. Há séculos os seus mestres do cinzel vem transformando pedaços de madeira bruta em obras de arte inspiradoras, mas nenhuma tão impressionante como a criação alucinante de Zheng Chunhui. Este talentoso artista chinês passou os últimos quatro anos meticulosamente esculpindo uma réplica detalhada de uma famosa pintura tradicional chinesa chamada "Ao longo do rio durante o Festival Qingming", em um tronco de árvore de pouco mais de 12 metros de comprimento.


Além do louvor de todos quando viram a escultura panorâmica de perto na sua inauguração recente no Museu do Palácio de Beijing, o artista chinês também foi homenageado pelo Livro Guinness com o novo recorde mundial para a mais longa escultura em madeira, que mede 12,286 metros de comprimento, 3,075 metros de altura e 2,401 m de largura.

A verdade é que quando a gente ouve falar em "obra-prima", logo pensamos em algum famoso quadro ou escultura do século 15 ou 16, como a "Mona Lisa" ou "A Pietà". Por isso é sempre bom saber que verdadeiras obras de arte estão sendo criadas na atualidade, mesmo que seja uma revisita a uma obra famosa, como a supra-citada "Along the River During the Qingming Festival", do artista chinês Zhang Zeduan, que está exposta no mesmo museu.

A pintura panorâmica de Zhang tem quase 1.000 anos de idade e é conhecida como "Mona Lisa Chinesa", com seus 5,3 metros, que celebra o espírito festivo, retratando a vida cotidiana de ricos e pobres, durante o Festival Qingming. Ao longo dos tempos outros artistas chineses já
reinterpretaram este trabalho, com elementos culturais de suas épocas, mas nenhum com tanta maestria quanto Zheng.
02
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 02
03
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 03
04
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 04
05
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 05
06
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 06
07
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 07
08
Escultor chinês passa longos 4 anos esculpindo incrível obra prima em madeira 08

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

OLHA...


                                        

Olha a sombra que

desmerece esse olhar

de humildade

desigual.

Vê a verdade

ancorada na

gravata...

 


 
texto Zé Augustho Marques
arte Ruth Schneider

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

TEXTO

 
 Por  Mario Vargas Llosa.

“El ejemplo uruguayo”

La libertad tiene sus riesgos y quien cree en ella debe estar dispuesto a correrlos. Así lo ha entendido el Gobierno de José Mujica al legalizar la marihuana y el matrimonio gay. Y hay que aplaudirlo.
Ha hecho bien The Economist en declarar a Uruguay el país del año y en calificar de admirables las dos reformas liberales más radicales tomadas en 2013 por el Gobierno del presidente José Mujica: el matrimonio gay y la legalización y regulación de la producción, la venta y el consumo de la marihuana.
Es extraordinario que ambas medidas, inspiradas en la cultura de la libertad, hayan sido adoptadas por el Gobierno de un movimiento que en su origen no creía en la democracia sino en la revolución marxista leninista y el modelo cubano de autoritarismo vertical y de partido único. Desde que subió al poder, el presidente José Mujica, que en su juventud fue guerrillero tupamaro, asaltó bancos y pasó muchos años en la cárcel, donde fue torturado durante la dictadura militar, ha respetado escrupulosamente las instituciones democráticas —la libertad de prensa, la independencia de poderes, la coexistencia de partidos políticos y las elecciones libres— así como la economía de mercado, la propiedad privada y alentado la inversión extranjera. Esta política del anciano y simpático estadista que habla con una sinceridad insólita en un gobernante, aunque ello le signifique meter la pata de cuando en cuando, vive muy modestamente en su pequeña chacra de las afueras de Montevideo y viaja siempre en segunda clase en sus viajes oficiales, ha dado a Uruguay una imagen de país estable, moderno, libre y seguro, lo que le ha permitido crecer económicamente y avanzar en la justicia social al mismo tiempo que extendía los beneficios de la libertad en todos los campos, venciendo las presiones de una minoría recalcitrante de la alianza.
Hay que recordar que Uruguay, a diferencia de la mayor parte de los países latinoamericanos, tiene una antigua y sólida tradición democrática, al extremo de que, cuando yo era niño, se llamaba al país oriental “la Suiza de América” por la fuerza de su sociedad civil, el arraigo de la legalidad y unas Fuerzas Armadas respetuosas de los gobiernos constitucionales. Además, sobre todo después de las reformas del batllismo, que reforzaron el laicismo y desarrollaron una poderosa clase media, la sociedad uruguaya tenía una educación de primer nivel, una muy rica vida cultural y un civismo equilibrado y armonioso que era la envidia de todo el continente.
Yo recuerdo la impresión que significó para mí conocer Uruguay hacia mediados de los años sesenta. No parecía uno de los nuestros ese país donde las diferencias económicas y sociales eran mucho menos descarnadas y extremas que en el resto de América Latina y en el que la calidad de la prensa escrita y radial, sus teatros, sus librerías, el alto nivel del debate político, su vida universitaria, sus artistas y escritores —sobre todo, el puñado de críticos y la influencia que ejercían en los gustos del gran público— y la irrestricta libertad que se respiraba por doquier lo acercaban mucho más a los más avanzados países europeos que a sus vecinos. Allí descubrí el semanario Marcha, una de las mejores revistas que he conocido, y que se convirtió para mí desde entonces en una lectura obligatoria para estar al tanto de lo que ocurría en toda América Latina.
Esta política del anciano estadista ha dado a Uruguay una imagen de país estable, moderno, libre y seguro.
Sin embargo, ya en aquel tiempo había comenzado a deteriorarse esa sociedad que daba al forastero la impresión de estar alejándose cada vez más del tercer mundo y acercándose cada vez más al primero. Porque, pese a todo lo bueno que allí ocurría, muchos jóvenes, y algunos no tan jóvenes, sucumbían a la fascinación de la utopía revolucionaria e iniciaban, según el modelo cubano, las acciones violentas que destruirían aquella “democracia burguesa” para reemplazarla no por el paraíso socialista sino por una dictadura militar de derecha que llenó las cárceles de presos políticos, practicó la tortura y obligó a exiliarse a muchos miles de uruguayos. El drenaje de talento y de sus mejores profesionales, artistas e intelectuales que padeció el Uruguay en aquellos años fue proporcionalmente uno de los más críticos que haya vivido en la historia un país latinoamericano. Sin embargo, la tradición democrática y la cultura de la legalidad y la libertad no se eclipsaron del todo en aquellos años de terror y, al caer la dictadura y restablecerse la vida democrática, florecerían de nuevo con más vigor y, se diría, con una experiencia acumulada que sin duda ha educado tanto a la derecha como a la izquierda, vacunándolas contra las ilusiones violentistas del pasado.
De otro modo no hubiera sido posible que la izquierda radical, que con el Frente Amplio y los tupamaros llegara al poder, diera muestras, desde el primer momento, de un pragmatismo y espíritu realista que ha permitido la convivencia en la diversidad y profundizado la democracia uruguaya en lugar de pervertirla. Ese perfil democrático y liberal explica la valentía con que el Gobierno del presidente José Mujica ha autorizado el matrimonio entre parejas del mismo sexo y convertido a Uruguay en el primer país del mundo en cambiar radicalmente su política frente al problema de la droga, crucial en todas partes, pero de una agudeza especial en América Latina. Ambas son reformas muy profundas y de largo alcance que, en palabras de The Economist, “pueden beneficiar al mundo entero”.
El matrimonio entre personas del mismo sexo, ya autorizado en varios países del mundo, tiende a combatir un prejuicio estúpido y a reparar una injusticia por la que millones de personas han padecido (y siguen padeciendo en la actualidad) arbitrariedades y discriminación sistemática, desde la hoguera inquisitorial hasta la cárcel, el acoso, marginación social y atropellos de todo orden. Inspirada en la absurda creencia de que hay solo una identidad sexual “normal” —la heterosexual— y que quien se aparta de ella es un enfermo o un delincuente, homosexuales y lesbianas se enfrentan todavía a prohibiciones, abusos e intolerancias que les impiden tener una vida libre y abierta, aunque, felizmente, en este campo, por lo menos en Occidente, se han ido desmoronando los prejuicios y tabúes homofóbicos y reemplazándolos la convicción racional de que la opción sexual debe ser tan libre y diversa como la religiosa o la política, y que las parejas homosexuales son tan “normales” como las heterosexuales. (En un acto de pura barbarie, el Parlamento de Uganda acaba de aprobar una ley estableciendo la cadena perpetua para todos los homosexuales).
La represión no ha funcionado, y el narcotráfico es hoy el factor principal de la corrupción en América Latina
Respecto a las drogas prevalece todavía en el mundo la idea de que la represión es la mejor manera de enfrentar el problema, pese a que la experiencia ha demostrado hasta el cansancio que no obstante la enormidad de recursos y esfuerzos que se han invertido en reprimirlas, su fabricación y consumo siguen aumentando por doquier, engordando a las mafias y la criminalidad asociada al narcotráfico. Este es en nuestros días el principal factor de la corrupción que amenaza a las nuevas y a las antiguas democracias y va cubriendo las ciudades de América Latina de pistoleros y cadáveres.
¿Será exitoso el audaz experimento uruguayo de legalizar la producción y el consumo de la marihuana? Lo sería mucho más, sin ninguna duda, si la medida no quedara confinada en un solo país (y no fuera tan estatista) sino comprendiera un acuerdo internacional del que participaran tanto los países productores como consumidores. Pero, aun así, la medida va a golpear a los traficantes y por lo tanto a la delincuencia derivada del consumo ilegal y demostrará a la larga que la legalización no aumenta notoriamente el consumo sino en un primer momento, aunque luego, desaparecido el tabú que suele prestigiar a la droga ante los jóvenes, tienda a reducirlo. Lo importante es que la legalización vaya acompañada de campañas educativas —como las que combaten el tabaco o explican los efectos dañinos del alcohol— y de rehabilitación, de modo que quienes fuman marihuana lo hagan con perfecta conciencia de lo que hacen, al igual que ocurre hoy día con quienes fuman tabaco o beben alcohol.
La libertad tiene sus riesgos y quienes creen en ella deben estar dispuestos a correrlos en todos los dominios, no sólo en el cultural, el religioso y el político. Así lo ha entendido el Gobierno uruguayo y hay que aplaudirlo por ello. Ojalá otros aprendan la lección y sigan su ejemplo”.